Da Redação do Blog – Pela primeira vez em 202 anos de história, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizou uma sessão de câmara de julgamento composta exclusivamente por mulheres. O marco aconteceu nesta sexta-feira (21/03), na reunião da 3ª Câmara Cível, no 1º andar do Palácio da Justiça, com a participação das desembargadoras Andréa Epaminondas Tenório de Brito, Ângela Cristina de Norões Lins Cavalcanti e Nalva Cristina Barbosa Campello Santos, que atua em provimento do cargo.
A sessão teve início sob a presidência da desembargadora Ângela Cristina de Norões Lins Cavalcanti e, posteriormente, foi conduzida por Andréa Brito. A procuradora de justiça do Estado, Luciana Marília Martins, também integrou a reunião.
“É com imenso júbilo que adentramos este momento singular, nesta sessão emblemática que marca um capítulo inédito na história do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Pela primeira vez, esta Corte tem a honra de ser composta exclusivamente por mulheres em sessão solene, um feito de incomensurável simbolismo, especialmente ao celebramos o mês dedicado à mulher, marco de lutas, conquistas e reconhecimento de nossa inestimável contribuição à sociedade”, destacou, emocionada, a desembargadora Ângela Cristina de Norões Lins Cavalcanti ao abrir a sessão.

Para Andréa Epaminondas Tenório de Brito, o momento reflete uma transformação cultural dentro do Judiciário pernambucano. “Eu fiz uma reflexão sobre esse momento histórico e cheguei à conclusão de que a gente está nessa Câmara formada só por desembargadoras, tendo em vista o movimento de todas as mulheres e a mudança de cultura dentro do Poder Judiciário. Eu devo isso não ao meu movimento particular, nem das desembargadoras aqui presentes, mas de todas as mulheres que fizeram esta caminhada. Como diz o poeta: não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”, afirmou.
Já Nalva Cristina Barbosa Campello Santos ressaltou o avanço na representatividade feminina na magistratura. “Esta sessão não apenas simboliza um passo importante para a presença feminina no Judiciário, mas também reafirma a competência, a dedicação e a força das mulheres na aplicação da lei. Que cada vez mais possamos ocupar espaços de decisão, tanto no Judiciário quanto em outras esferas do poder, pois a voz feminina não pode mais ser silenciada”, concluiu.
Mudança na representatividade
A presença feminina na 2ª Instância do TJPE, historicamente dominada por homens, vem ganhando espaço. Como parte desse avanço, a gestão do desembargador Ricardo Paes Barreto acelerou o julgamento de editais de paridade de gênero para fortalecer a representatividade feminina. Embora a participação ainda seja pequena, a mudança já é significativa: dos 58 desembargadores(as) do tribunal, quatro são mulheres. Durante muito tempo, esse número se restringiu a apenas uma.