Por Ricardo Antunes — Meninos, eu vi. Ele era elegante como um flamingo e desfilava toda sua genialidade pelo campo. Um gênio que Coutinho não levou para a Copa de 78, na Argentina. Mas quem não se lembra daquele golaço de perna esquerda empatando o jogo contra a Itália, em 82? A narração de Luciano do Valle também é antológica.
Vejam a mensagem do rei:
“Rei de Roma está de aniversário hoje, “capisce”? Que você esteja cercado de muito amor neste dia, meu último treinador! Para quem não sabe, Paulo Roberto Falcão comandava o meu time no meu aniversário de 50 anos, em que comemorei do jeito que mais gosto: vestindo a camisa da Seleção Brasileira em campo! Foi um dia muito especial, que guardo com muito carinho na memória. Vida longa, Falcão!”, escreveu Pelé nas suas redes sociais.
Meninos, eu vi.
Ele no Arruda com o time que seria o campeão brasileiro de 1975 e que só não foi campeão invicto porque perdeu de 1 x 0 para o meu Santinha, com um gol de falta de Pio, numa quarta feira chuvosa no Arruda.
Meninos, eu vi.

Técnico do Sport em 2012, eu cruzei com ele no hall do hotel Transamérica, em Boa Viagem. Fã de carteirinha, queria pedir um autógrafo, uma foto, mas a veia de jornalista pulsou mais forte e travou-se o seguinte diálogo:
“Você é Paulo Roberto Falcão, correto?”
Ele respondeu: “Sim, claro!”
E eu emendei: “Você sabe por que não foi campeão brasileiro invicto em 1975?”
Antes que ele respondesse qualquer coisa, eu disse: “Vocês perderam para o Santa por 1 x 0.”
Sem dar bola à minha provocação ele me olhou, deu um sorriso e afirmou: “Foi porque eu não joguei nesse dia”.
Fiquei sem a foto, mas nunca mais esqueci esse momento.







