Por Ricardo Antunes — Pepe se foi nessa madrugada. Fez uma passagem tranquila. Chegou a verter lágrimas nos momentos finais. Foi a forma dele nos dizer a adeus. Optamos pela cremação e as cinzas serão jogadas aqui no jardim onde ele brincou por mais de 10 anos. Ele já estava mal há uns 15 dias quando foi diagnosticado com um tumor. Chegou a começar a quimioterapia. Mas na última sexta tivemos que interná-lo. Com a imunidade baixa pegou erliquiose (doença do carrapato).
Ontem foi a nossa despedida. Quando me ouviu chegando, mesmo sem forças, latiu. Ainda havia esperança, mas os médicos disseram que era muito remota. Hoje cedo havia recado do médico para ir ao hospital. Eu preferi não contar as últimas semanas de Pepe para vocês, porque nunca deixei de acreditar, mas fiz um diário que vou publicar em breve.
Ele viveu comigo o momento mais difícil de minha vida. Os mais alegres também. Era, antes de tudo, um amigo inseparável. Me protegeu muito, nas madrugadas de solidão e foi companheiro do dia a dia. Nosso “caso de amor eterno” sempre foi estampado nas redes sociais, em especial, no @ricardoantuneslifestyle. Por isso acho que não poderia deixar de compartilhar esse meu luto, pois sei do carinho de todos vocês.
A todos da família Pepe que estiveram no grupo do hospital o meu obrigado pela força. Aos médicos que passaram por ele, meu reconhecimento. A Flavinha, mãe de Pepe e as tias, Isa e Mara meu abraço pelas palavras e pelo conforto que deram à minha alma. Aos amigos, amigas, leitores, minha gratidão.
Ao pessoal de casa, Dona Ivone, Netinho, meu agradecimento. Soube que ninguém segurou as lágrimas. Nosso Arthur editou esse vídeo que foi produzido por mim e que eu deixo a todos vocês como forma de lembrança.
Assista:
Tem Pepe de todo jeito: me acompanhando na champa dos domingos, vendo futebol, trabalhando do meu lado, na rua, brincando com o irmãozinho que teve, namorando Martinha, na praia, na pandemia, vendo Messi e a TV, passeando no shopping e na praia.
Pepe está aqui, mas se foi. Essa é a contradição da vida. Esse é o mistério que vai viver ao lado da eterna saudade. Uma última coisa: “Cuidem bem do seu amor”, como dizia o poeta.
