Por André Beltrão – O prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT), foi notícia em toda a mídia após anunciar que não disputará a reeleição. Apesar de alegar questões de saúde, foi sua péssima gestão que o inviabilizou a tentar mais um mandato majoritário, que poderia ser o oitavo da carreira e o quarto naquele município. Com a decisão, abriu um campo de possibilidades para sua sucessão. Mas assim como fez péssimas escolhas no governo, tende a optar pelo pior caminho: uma aliança com o ex-prefeito Júnior Matuto (PSB).
Matuto já foi o candidato de Yves à sua sucessão, em 2012 quando se elegeu. Ambos estavam no PSB, àquela época navegando em céu de brigadeiro, com Eduardo Campos governador e cotado para disputar a Presidência da República.
Do trágico acidente aéreo dois anos depois, os socialistas romperam e Yves voltou ao poder em 2020, derrotando Francisco Padilha, candidato apoiado por Matuto.
Próximos a voltas às boas pela conveniência, prefeito e ex-prefeito já trocaram farpas. Matuto chegou a ser afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, após investigação sobre esquema de fraude e desvios de mais de R$ 21 milhões. Meses depois, ele foi reconduzido com amparo do Supremo Tribunal Federal, mas saiu com a imagem arranhada.
As circunstâncias colaboraram para a volta de Yves ao poder, mas este não se fez à altura de seus mandatos anteriores conquistados em Paulista (2004 e 2008), Igarassu (1996 e 2000) e Itapissuma (1985 e 1992).
Outras opções postas à mesa não agradam o atual prefeito de Paulista, que se filiou ao PT no ano passado, em estratégia costurada pelo senador Humberto Costa. Uma delas seria apoiar o correligionário Sérgio Leite, ex-deputado estadual.
Outra opção, menos provável, seria lançar o ex-secretário de Obras, George Freitas (PT), que até o momento está como pré-candidato a vereador. A costura com o PSB, que passa por alianças metropolitanas como as do Recife e de Olinda, se mostra a mais provável. Nem por isso coerente.