Do UOL – Um eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em depoimento à polícia, ter matado o amigo a facadas em legítima defesa dentro da casa onde moravam ontem à tarde em Itanhaém, litoral de São Paulo, após uma discussão política.
À Polícia Civil o eletricista Luiz Antonio Ferreira da Silva, 42, disse que o desentendimento começou após a vítima dizer, enquanto almoçavam, que “todo o petista era ladrão”. Em depoimento, ele afirmou ter respondido: “você está comendo a comida que o petista comprou”. Depois, disse ter sido atacado com a mesma faca que ele usou para reagir. Luiz Antonio foi preso em flagrante no local.
Como foi a briga, segundo o eletricista
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o estilista José Roberto Gomes Mendes, 51, levantou da mesa para atirar uma panela e um rádio na sua direção, segundo a versão contada pelo petista em depoimento. Em seguida, disse à polícia ter retirado uma faca das mãos do bolsonarista e a usado para golpeá-lo enquanto estavam em luta corporal. Segundo o inquérito, havia ao menos oito perfurações visíveis no corpo da vítima, no rosto, costas e pescoço. A vítima vestia uma camisa com o rosto de Bolsonaro no momento do crime.
A Polícia Civil apreendeu a faca e solicitou perícia no local do crime. O corpo da vítima será submetido a exame de corpo de delito.

O que diz a Polícia Civil
De acordo com o boletim de ocorrência, a quantidade de facadas descarta inicialmente a tese de legítima defesa sustentada pelo autor do crime.
Com base no depoimento do petista, o delegado Arilson Brandão, da DIG (Divisão de Investigações Gerais), afirmou ter havido motivação política do crime. “Devido a uma crítica política da vítima, o [suspeito] se sentiu ofendido. Ambos passaram a discutir e evoluiu para a agressão. Um deles [a vítima] se muniu com uma faca e, na luta com o autor do crime, conseguiu pegar a arma da vítima, e a esfaqueou”, disse o delegado em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo.
Segundo ele, o autor do crime disse em depoimento estar arrependido. “O indiciado alega que cometeu o crime de cabeça quente”, afirmou o delegado.
Quem era o bolsonarista morto
Nas redes sociais, o estilista José Roberto Gomes Mendes fazia postagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e críticas ao ex-presidente Lula. “Evite conversar sobre política com quem defende bandido”, escreveu, em uma delas. Ele também fez uma publicação em defesa da ditadura militar. A última manifestação no perfil foi feita há mais de dois anos.
Natural de Lages, no interior de Santa Catarina, o estilista morava em Itanhaém (SP), onde tinha uma loja de modelagem.