Da Redação do Blog, com informações do G1 – Nesta manhã de quinta-feira (21), a Polícia Federal está realizando buscas em relação à Braskem em uma investigação sobre os impactos do processo de mineração de sal-gema conduzido pela empresa em Maceió, que resultou no afundamento de bairros.
Ao longo do período de 1970 a 2019, essa atividade afetou o solo em cinco bairros, forçando a evacuação de 60 mil pessoas de suas residências. A imprensa tentou entrar em contato com a assessoria da Braskem, mas a empresa ainda não se pronunciou até o momento desta atualização.
A operação
No total, estão sendo executados 14 mandados de busca e apreensão, distribuídos entre Maceió (11), Rio de Janeiro (2) e Aracaju (1). Na capital alagoana, a sede local da Braskem, situada no bairro do Pontal da Barra, é um dos alvos, e os funcionários que se dirigiram ao local foram impedidos de acessá-lo.
De acordo as investigações, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que tinham como objetivo garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.
Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.
Os investigados poderão responder, conforme o caso, pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.
A exploração de sal-gema na capital alagoana começou na década de 70 e provocou a instabilidade do solo em cinco bairros de Maceió. Cerca de 60 mil moradores do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol tiveram que deixar mais de 14 imóveis por causa do afundamento do solo, que provocou rachaduras em casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais.
Cinco anos após o problema ter sido identificado, uma das 35 minas abertas pela Braskem para retirar o minério ao longo dos anos, entrou em colapso e se rompeu. A mina e todo o seu entorno foram desocupados desde o primeiro aviso de risco de colapso na região, divulgado no dia 29 de novembro.