Por Fabio Serapião, do Metrópoles – A Polícia Federal (PF) suspeita de lavagem de dinheiro na transação que envolveu a compra de um casarão de R$ 22 milhões, posteriormente demolido e transformado em jardim da mansão do advogado Nelson Wilians. O negócio, que envolveu o empresário Maurício Camisotti, suspeito de controlar três entidades da farra dos descontos indevidos sobre aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi revelado pelo Metrópoles.
Como mostrou a coluna Fabio Serapião, Wilians é investigado pela PF por suspeita de lavar dinheiro de Camisotti proveniente da farra do INSS.
A suspeita foi levantada pela PF ao pedir a prisão de Nelson Wilians e Camisotti no âmbito da Operação Cambota, desdobramento da Sem Desconto, que investiga a farra do INSS. O requerimento foi referendado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Triubunal Federal (STF), para o empresário. Foi, no entanto, rejeitado para o advogado. Na mesma operação, também foi preso o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Como mostrou o Metrópoles, em novembro de 2020, o empresário adquiriu, por R$ 22 milhões, uma mansão no Jardim Europa, bairro nobre paulistano. A mansão da família comprada por Camisotti era da família do falecido empresário Abílio Diniz e vizinha à de Wilians. Foi demolida, teve os muros derrubados, e o terreno acabou sendo anexado ao jardim da casa do advogado. O imóvel nunca passou para o nome de Wilians.
Segundo a PF, causou “estranheza” o fato de “Nelson Willians demonstrar tanto interesse em justificar previamente suas transações financeiras com Maurício Camisotti, especialmente diante da ampla divulgação do tema pelo jornal Metrópoles desde 2024, reforça a hipótese criminal do apuratório ao indicar que ele se considerava alvo da operação ao ponto de determinar a ocultação de parte de seu patrimônio”.
“As justificativas apresentadas variam entre alegadas operações imobiliárias – inexistentes nos bancos de dados oficiais – e supostos honorários adiantados, os quais não foram identificados nas contas pessoais ou empresariais de ambos”, afirmou a PF.









