Por Luiz Roberto Marinho — O presidente do grupo Estado de S. Paulo, Erick Bretas, ressaltou nesta terça-feira (29), ao abrir o seminário Liberdade de Expressão, promovido pelo jornal em Brasília, em comemoração aos seus 150 anos, ser a liberdade de expressão um dos pilares da democracia e um direito individual fundamental.
“É por meio da livre manifestação de ideias e opiniões que as sociedades se tornam mais plurais, mais criativas e mais capazes de resolver os seus conflitos sem recorrer à força”, enfatizou. Pontuou que “sem a liberdade de expressão o jornalismo perde a razão de ser, que é de investigar, questionar e lançar luz sobre os fatos, ainda que sejam incômodos, sempre em nome do interesse público”.
Advertiu, porém, que a massificação das redes sociais traz desafios. “Liberdade de expressão não pode ser confundida com licença para ofender, desinformar ou violar direitos, como, por exemplo, à privacidade e à intimidade”, alertou.
O presidente do grupo Estado de S.Paulo disse que o Estadão é um dos maiores exemplos do país na luta contra a censura imposta pela ditadura militar, publicando Camões no espaço vetado pelos censores colocados na redação. “Ao longo de 150 anos, o Estadão esteve presente em todas as batalhas contra o autoritarismo. O jornal enfrentou tanques, tesouras e decretos”, assinalou.
Em conversa com o Blog, Bretas lembrou que, na ditadura Vargas, o jornal chegou a ser tomado da família Mesquita, sendo retomado por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Na ditadura militar, acrescentou, o Estadão sofreu censura prévia por cinco anos.
O seminário Liberdade de Expressão teve a participação do ministro do STF Edson Fachin e os painéis “Liberdade de Expressão em Essência”, “Imprensa Livre” e “Redes Sociais e o Direito à Livre Manifestação”, com a participação de advogados, professores e jornalistas, incluindo a vice-presidente do The New York Times, Dana Green.