Por Ricardo Antunes
O presidente Bolsonaro tem todo o direito de estar insatisfeito com a condução que o presidente nacional e deputado federal, Luciano Bivar, tem dado ao comando do partido. Bivar, que não é político por natureza, pegou um fardo pesado ao ter que, de uma hora para outra, lidar com dezenas de parlamentares de todo o Brasil, e ainda mais sem assessorias política e de comunicação competentes.
Isso, no entanto, não dá ao presidente o direito de ficar “plantando” notas em colunas dos jornais e blogs do sul do país contra seu próprio partido. E pior: Expor em plena luz do dia sua insatisfação com o PSL num vídeo que está viralizando nas redes sociais, e já está na capa de todos os sites.
Quando Bolsonaro estava “desesperado” e com um calendário para se filiar apertado – depois de duas tentativas frustradas em outros partidos – foi o PSL que lhe deu a legenda. Bivar aceitou inclusive entregar o comando do partido ao presidente, que depois, de fato o devolveu, cumprindo o acordo feito.
Em 2016, quando já sonhava em ser candidato, ele estava no PP. Em 2017, Bolsonaro estava no PSC, e saiu porque sabia que os dirigentes do partido não iriam lhe dar a sigla.
Foi no PSL que ele encontrou guarida, depois de ter ido ao Recife fechar sua filiação. O presidente não tem do que reclamar de Bivar ou de Rueda, que, inclusive, não fizeram uma só indicação de cargo para seu governo.
Vamos lembrar que antes das convenções para oficializar as candidaturas, uma das convidadas para ser vice de Bolsonaro, preferiu ser candidata a deputada estadual por São Paulo, porque sequer ela acreditava na viabilidade da chapa proporcional, imagine ganhar a presidência da República. Refiro-me a Janaína Paschoal, que foi eleita com a maior votação para uma deputada estadual em São Paulo
No final Bolsonaro teve que fazer uma chapa “puro sangue”, com dois militares, porque ninguém acreditava na vitória dele naquele momento. Com certeza, nem ele mesmo.
Com tudo isso, não pega bem para um presidente da República ficar “lavando roupa suja” todo dia pela mídia para desgastar a legenda que já está preparada para o embate das eleições municipais do próximo ano.
Bolsonaro foi, no mínimo, deselegante com quem lhe deu a mão no momento que ele mais precisava.
E traição e ingratidão em política o povo não costuma esquecer.







