Os professores da rede municipal de ensino do Recife decidiram manter a greve em assembleia, na manhã desta sexta-feira (13). Com a decisão, eles saíram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista, no Centro da cidade. A marcha deve ir até a Câmara de Vereadores. A paralisação segue por tempo indeterminado.
A assembleia foi realizada um dia após o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretar a ilegalidade da paralisação dos professores. Nesta sexta, o sindicato informou que ainda não foi oficialmente notificado.
“Os professores e professoras do Recife, em unanimidade, aprovaram a continuidade da greve para que, de fato, a prefeitura entenda que precisa atender o pleito desses trabalhadores do serviço público”, afirmou a coordenadora geral do Sindicato dos Professores do Recife, Cláudia Ribeiro.
Ainda que não tenha sido notificado, o sindicato teve acesso ao decreto assinado pelo desembargador Jorge Américo Pereira de Lima e reagiu contrário à decisão.
“É um absurdo que o desembargador tenha julgado uma multa de R$ 250 mil. Ele devia acionar a prefeitura para cumprir o que diz respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, ao invés de querer criminalizar nossa categoria”, disse Cláudia Ribeiro, ao citar as denúncias de falta de água, estrutura e outros itens nas escolas municipais.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação disse que “as negociações com a categoria de professores será restabelecida assim que o movimento de paralisação – considerado ilegal pela Justiça – for suspenso”.
Ainda segundo a secretaria, 88% das unidades de ensino funcionaram total ou parcialmente.
“A Prefeitura ratifica que, mesmo diante da grave crise econômica que afeta as contas públicas em todo o país, propôs o reajuste de 12,84% para toda a categoria, além de reajustar o abono educador, que é pago sempre no mês de outubro, em 9,54%, bem como, caso não haja um acordo até o dia 19 de março, ficará impossibilitada, por força da legislação eleitoral, de conceder quaisquer reajustes”, dizia o comunicado.
Greve
A greve, iniciada na quarta-feira (11), reivindica um reajuste de 12,84%, o cumprimento do piso nacional para uma parte da categoria e melhorias na infraestrutura dos prédios das escolas. No primeiro dia de paralisação, as escolas tiveram funcionamento parcial (veja vídeo abaixo).