Por Ricardo Antunes — Um projeto que previa 100% de energia renovável na Ilha de Fernando e que foi lançado com muita pompa em fevereiro do ano passado ainda não saiu do papel. A ação da Administração da Ilha, junto com o Projeto Casa Neuronha e parceiros privados chegou a ser anunciada na ocasião pelo ex-gestor Guilherme Rocha, um dos suspeitos das irregularidades que trouxemos à tona na série exclusiva “A Farra de Noronha”.
A ideia original consistia na instalação de 170 painéis para captação de energia solar com valor total estimado em 600 mil reais e com prazo estipulado em 6 meses. As placas seriam instaladas no telhado do prédio da Escola Estadual Arquipélago, que atendia cerca de 450 crianças e adolescentes.
“Eu só sei que a Casa Neuronha pulou de um pequeno hostel pra uma casa luxuosa onda só recebe celebridades. E a grife também agora está bombando”, disse um morador da ilha, espantado com o crescimento do negócio.
Na época do lançamento da ação, em 18 de fevereiro de 2022, os recursos já haviam sido captados pelo Projeto Casa Neuronha, do fotógrafo Rildo Iaponã e do ator Paulo Vilhena, que desde 2017 recebe celebridades na Ilha, com o intuito de trazer visibilidade e angariar patrocinadores para ações socioambientais no “paraíso pernambucano”.
A iniciativa de Iaponã e Vilhena, duas figuras carimbadas em Noronha, está agora sob suspeita. Na rede social da “Casa Neuronha”, que conta com mais de 70 mil seguidores, é possível ver diversos artistas globais e famosos posando para propagandas com marcas conhecidas, como Corona, Tanqueray e Red Bull. O dinheiro arrecadado com a publicidade, contudo, permanece até agora desconhecido.
A proposta de captação energia solar teria sido pensada como um reforço ao projeto do Governo do Estado de zerar a emissão de gases tóxicos na Ilha até 2030. No entanto, nada chegou a acontecer. A iniciativa dessa forma se junta a tantas outras que naufragaram durante a antiga gestão de Fernando de Noronha, o que mostra bem o descaso e a bagunça que assola o Arquipélago.
Relembre:
Nossa equipe encaminhou e-mail para a nova administradora Thallyta Figueirôa para tentar entender como foi essa captação de recurso usando o nome da Ilha, mas até o fechamento desta reportagem ainda não recebemos nenhuma resposta. O Blog também procurou, sem sucesso todos os citados nessa matéria e segue com espaço aberto para que possam se manifestar no chamado o Outro Lado.
É isso.
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