Da redação do blog — Há meses, o blog vem alardeando ao mundo que Fernando de Noronha não é a “ilha da fantasia” que todos pensam. Agora, o governo de Pernambuco atesta que os problemas são incontáveis e que eles pioraram gestão do PSB, do ex-administrador Guilherme Rocha. Em entrevista à colunista social Roberta Jungmann, no site da Folha de Pernambuco, o secretário estadual de Turismo, Daniel Coelho (Cidadania), afirmou com todas as letras que “houve um desordenamento incrível” e “falta de fiscalização” nas obras de pousadas novas e que a antiga gestão fez um “remendo” na pista do aeroporto e que “nada adiantou”. (Veja o vídeo mais abaixo)
Na entrevista, Coelho abriu o verbo contra a administração do PSB, sobretudo, nos últimos três anos do ex-governador Paulo Câmara. O secretário afirmou que “eles permitiram que fossem construídas pousadas uma em cima da outra”. “Hoje, existem em Noronha 400 leitos de pousadas irregulares e sem nenhuma fiscalização. É um problema resolver isso,”, disse.
Sobre o aeroporto, que está proibido de receber aviões a jato por causa de problemas na pista, Daniel Coelho, declarou que isso aconteceu e não foi por falta de aviso ao governo. “Eles foram avisados a cada semestre que havia o problema. E, em 2022, parou a pista para os jatos”, observou.
Segundo Daniel Coelho, a gestão do PSB tomou a decisão errada ao tentar fazer consertos na pista com asfalto frio. “Tem que ser asfalto quente. É preciso levar uma usina para a ilha. Eles tentaram fazer remendo e não adiantou. Vamos fazer da forma correta e ter aviões a jato no ano que vem” declarou.
Coelho afirmou que a ilha recebe dez voos todos os dias, com aviões de menor porte. “Estamos fazendo trabalho de mídia no país e teremos lotação a partir de setembro”, disse.
Veja o trecho da entrevista à Roberta Jungmann:
Por dentro das denúncias
Este ano, o blog denunciou a “farra” da concessão de títulos de moradia na ilha. Em Noronha, para conseguir Termo de Permissão de Uso de Solo (TPU) é preciso enfrentar uma burocracia danada. A lei obriga que o interessado comprove morar lá há mais de dez anos. A obra do imóvel tem que ser feita em 18 meses, a partir da apresentação do projeto.
Isso tudo, no entanto, é teoria. O blog mostrou várias denúncias de pessoas que esperam há anos pela oportunidade de conseguir, por meios justos e legais, um lote. Também trouxe casos de empresários que conseguiram erguer empreendimentos e que tiveram ajuda do lobby feito junto aos conselheiros distritais e com pessoas “graúdas” da antiga administração.
Em uma das suas primeiras determinações, a atual administradora da ilha Thallyta Figueirôa, suspendeu todas as permissões de uso de solo no distrito para fazer nova avaliação. Tudo isso depois das denúncias feitas pelo blog.
No dia a dia, turistas e moradores enfrentam os problemas provocados pela falta de fiscalização. Pousadas, algumas irregulares, jogam esgoto na rua, esquecendo que a ilha é uma reserva ambiental.