Da Redação do Blog – O psiquiatra Marcelo Machado declarou em suas redes sociais que ele e o namorado, o estudante de arquitetura Felipe André Falcão de Souza, foram “vítimas de ódio” e de homofobia no episódio no restaurante Ruizito do shopping RioMar. Eles foram detidos e terminam algemados por dois soldados da Polícia Militar.
O caso, que estava sendo comentado por toda cidade sem os nomes dos protagonistas e do local, foi revelado com exclusividade pelo nosso Blog que tentou contato com o casal, mas não obteve nenhuma resposta.
“Fomos vítimas de ódio, pois somos um casal LGBT. Tivemos medo de ser mortos e fomos vítimas de brutalidade e da homofobia”, escreveu ele, em resposta à reportagem do Blog sobre o episódio.
O boletim de ocorrência na Delegacia de Boa Viagem, no entanto, diz outra coisa totalmente diferente. No relato dos policiais, foi que na noite da quarta-feira (15) os dois, bêbados, após deixarem o restaurante Ruizito, no shopping RioMar, foram levados pela PM na UPA da Imbiribeira.

Lá, xingaram os médicos da UPA e os policiais militares, acabaram recebendo voz de prisão e, algemados, foram levados para registro de ocorrência na Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, e depois à Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul. O psiquiatra estava de tal forma transtornado na UPA que se despiu, ficando só de cuecas.
A ocorrência na Delegacia da Mulher se explica porque Felipe André, conforme informa o BO, agrediu no shopping a própria mãe, Adriana Maria Falcão de Souza, que afirmou à PM que iria acionar judicialmente o filho.
Os PMs, Gustavo Henrique Ventura Campos, soldado Ventura, e Matheus Amorim de Souza, soldado Souza, asseguram no BO que os dois não sofreram “tortura psicológica ou física” que foram algemados porque “estavam bastante agressivos” e para preservar a integridade deles e dos policiais. Mencionam no BO estarem resguardados por súmula Supremo Tribunal Federal (STF).

DENTRO DA LEI
A Súmula 11 do STF estabelece que “só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
Novos relatos ao Blog sobre o episódio, informam que o psiquiatra e o namorado, completamente embriagados, assediaram dois garçons no Ruizito e chamaram um deles de negro. Relatos anteriores dizem que, bêbados, após saírem do restaurante, os dois se desentenderam no banheiro do shopping.
No Instagram, Marcelo Machado, de 47 anos, diz ter experiência profissional de 20 anos, com especialização em casos de dependência química, e consultórios no RioMar Trade Center, na Zona Sul, e em São Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos endereços nobres da capital paulistana. Está registrado desde janeiro de 2005 no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco com o número 15233-PE.