Por Ricardo Antunes – Com um forte crescimento em função de seus 16 anos de poder, o PSB deve iniciar um processo de desidratação de seus quadros a partir de 2023. Por sua vez, o PT, que se enfraqueceu muito na última década, deve viver um fenômeno inverso já no próximo ano.
Sem o comando do Governo de Pernambuco, os socialistas dificilmente repetirão suas bancadas de cinco federais e doze estaduais em 2026. Isso fatalmente se traduzirá em migração para outros partidos. O termômetro já será nas eleições municipais de 2024, quando a sigla terá de pinçar as cidades que poderá lançar candidatos próprios a prefeito e onde será melhor compor com outras legendas.
Já o PT vê um campo de prosperidade. Com dois senadores e Lula de volta à vitrine nacional, os petistas pernambucanos certamente vão querer surfar na onda da estrela vermelha. João Paulo, que abandonou a legenda no auge da crise, voltou, se reelegeu deputado estadual e é cotado para prefeito. Humberto terá quatro anos para decidir se encara mais uma vez disputar o Governo ou a reeleição ao Senado. O que escolher disputar, terá melhores condições do que os socialistas.
A roda da política gira rapidamente. Como dizia Agamenon, é como nuvens. Ninguém imaginava um cenário tão promissor ao PT no início do ano, muito menos algo tão desesperançoso ao PSB. Mas todo agricultor sabe que quando se planta com adubo ruim, a colheita não é próspera.
PREOCUPAÇÃO
A menos de duas semanas da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília, membros da equipe do presidente eleito acumulam queixas sobre a postura da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), aliado de Jair Bolsonaro.

CONTRATEMPO
Entre integrantes da equipe de transição e funcionários envolvidos nos preparativos da posse, os dois times têm criado empecilhos para a preparação do ritual que marcará o retorno de Lula ao Palácio do Planalto no próximo dia 1º.
INFLUÊNCIA
A presidente do PT ficou fora do primeiro escalão do governo Lula, mas nem por isso deixa de ter força para indicar e barrar nomes. O deputado e tesoureiro do PT na campanha de 2022, Marcio Macedo será o futuro secretário-geral da Presidência. Deve sua nomeação a Gleisi Hoffmann.
INSATISFAÇÃO
A escolha frustrou advogados membros do Prerrogativas. A expectativa entre seus integrantes era de que o nome para o posto fosse o do advogado Marco Aurélio Carvalho, fundador do Prerrogativas e militante do PT desde a juventude.
MUDANÇA
De saída do Palácio da Alvorada, a família Bolsonaro deve passar a morar, em janeiro, em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília. A moradia será custeada pelo PL.

”PERSEGUIÇÃO”
Na frente do apartamento, foi instalado um outdoor com os dizeres “Jair aqui não! Jardim Botânico quer paz”. O anúncio revoltou moradores bolsonaristas que pediram que a Polícia Civil investigue quem financiou a peça. Poucas horas depois, no entanto, o outdoor foi destruído.
CHOQUE…
A indicação de Tadeu Alencar para secretário-executivo de Segurança Pública surpreendeu alguns observadores da cena política pernambucana.
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… DE REALIDADE?
O gesto tem ares de recado: a Esplanada não terá tantos pernambucanos no primeiro escalão do governo Lula quanto muitos quiseram especular. A hora da verdade mostra que o real tamanho do PSB não é tão avantajado como muitos se recusam a enxergar.
FOTO DO DIA:
