Por Paulo Sales – O caso envolvendo o presidente da Câmara de Olinda, Saulo Holanda, que foi pego em uma situação constrangedora com sua amante, vai muito além de uma questão pessoal. O que mais preocupa são as acusações graves de violência contra a mulher que surgiram.
O ponto central da discussão, porém, se tornou a reação da senadora Tereza Leitão (PT), que tem uma trajetória conhecida de defesa dos direitos das mulheres. Muitos esperavam que ela fosse uma voz firme em apoio às vítimas, mas ela escolheu dar apoio político ao acusado.
Essa escolha fez com que muita gente se questionasse. Para críticos, parece que a incoerência política e a busca por novos aliados falaram mais alto do que a defesa incondicional das mulheres e dos principios da esquerda. A sensação é que valores fundamentais foram deixados de lado por conveniência da pequena política.
A decisão da senadora de acompanhar o acusado em visitas a igrejas, apresentando isso como um gesto de arrependimento, também foi mal vista por muitos. Para esses críticos, a ação pareceu mais uma estratégia para melhorar a imagem pública dele, usando a fé, do que um cuidado real com a seriedade das acusações.
A situação ficou ainda mais complexa com a promessa de liberação de emendas parlamentares (verbas públicas) para alguns vereadores que votaram a favor do título de cidadão de Olinda a Bolsonaro. Na visão de analistas, isso acende um alerta grave, pois pode parecer que recursos públicos estão sendo usados como moeda de troca para ganhar apoio político e silenciar críticas.
Resumindo, para quem observa o caso com preocupação, a situação não é só sobre os erros de uma pessoa. Ela parece revelar um problema maior no sistema: a possibilidade de que figuras públicas, mesmo aquelas com discursos progressistas, acabem priorizando acordos políticos espúrios em vez dos valores que dizem defender. Reforçando a degradação da política em Olinda e impedindo a construção de um novo ciclo político na cidade.
A atuação da senadora, nesse contexto, é vista por muitos como um exemplo do que há de errado na política: quando a busca por poder parece se sobrepor à defesa dos trabalhadores, à transparência e ao uso correto do dinheiro público. A exposição dessas práticas, para esses críticos, é essencial para que a sociedade olindense não as aceite como normais.
___________
Paulo Sales é Advogado, escritor e professor









