Por Ricardo Antunes – A estratégia de colocar a candidata Raquel Lyra (PSDB) com a pecha de bolsonarista explodiu uma crise na campanha de sua adversária, Marília Arraes (Solidariedade). Aliados da neta de Arraes tem questionado a ideia, entre eles o deputado federal reeleito Túlio Gadelha (Rede) e a senadora eleita Teresa Leitão (PT). Marília e seu marqueteiro, Edinho Barbosa, são praticamente os únicos que sustentam a ideia, que no debate da Fiepe aparentou ser a única que restou à campanha.
“Não se pode e nem se deve rotular o palanque de Raquel de bolsonarista”, afirmou Teresa Leitão à uma rádio de Serra talhada. Túlio Gadelha concordou com a petista. “Empurrar Bolsonaro para o colo de Raquel é uma irresponsabilidade de alguns coordenadores da campanha de Marília. Raquel sempre defendeu a democracia. Colar a imagem de Raquel com Bolsonaro é atrapalhar Lula. Precisamos deixar Bolsonaro sem palanque em Pernambuco”, tuitou o parlamentar da Rede.
Praticamente sem discurso, ou apenas com o samba de uma nota só chamado Lula, Marília visivelmente partiu para o desespero no debate promovido pela Fiepe. Chegou a alegar que o apoio que recebeu do governador Paulo Câmara (PSB) foi costurado pela própria adversária, para risos da plateia. Disparou por várias vezes contra o socialista, seu aliado no segundo turno, num ato de grande descortesia. E sua insistência, junto à de Edinho, em nacionalizar uma campanha que deveria discutir o pós-PSB tem desmotivado aliados. O desespero tem tomado conta do QG da campanha, que passou a bater cabeça após o segundo turno, com a virada nas pesquisas a favor de Raquel. Restam 12 dias para tentar achar algum caminho que agrade, pois o atual se mostra ineficiente até internamente.