Por André Beltrão – O Governador Paulo Câmara (PSB) mais uma vez se valeu da política do contraditório. Manteve, pelo segundo ano consecutivo, o ponto obrigatório dos servidores públicos e comissionados durante os dias de Carnaval nas repartições públicas de Pernambuco, quando quase todo o país optou por manter o feriado, ainda que tenham cancelado todos os festejos de rua e privados.
O objetivo, mais uma vez, era o de impedir aglomerações e festas, evitando assim a disseminação da Covid-19, que continua avançando no Estado. Mas, ao contrário do ano passado, o expediente normal não foi seguido pelas escolas da rede privada, bancos, e nem por consultórios e estabelecimentos. Ou seja, proporcionalmente analisando, muita gente deveria estar em casa. E a cidade de fato está deserta, digna de um feriadão. Nem os estabelecimentos comerciais abriram em sua totalidade.
Quem podia, seguiu para as praias e para o Interior do Estado. Nas repartições públicas, os cargos de maior escalão fizeram o mesmo, já que não possuem a obrigatoriedade de “bater o ponto”. E a outra parcela da população que está de folga decidiu se aglomerar nas ladeiras de Olinda, em bares e shows privados, aproveitando a fiscalização deficitária.
Se era para dar exemplo, senhor Governador, que colocasse todo o funcionalismo público para fiscalizar o cumprimento do decreto que proíbe todos os tipos de festejos em todo o Estado e que, diga-se de passagem, foi publicado a muito contragosto contrariando todo o setor empresarial emparelhado à atual gestão.
O que estamos vendo neste Carnaval é um bloquinho de palhaços cumprindo expediente nas repartições públicas, enquanto a hipocrisia desfila tranquila nas ruas, levando a Covid a tiracolo.