Da Folha de SP – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal ) Alexandre de Moraes afirmou a interlocutores com quem conversou depois da reunião com o governador Cláudio Castro (PL-RJ), na segunda (3), que o encontro foi bom e produtivo.
Segundo o magistrado afirmou, Castro e integrantes de sua equipe de segurança foram preparados para a reunião e apresentaram todos os dados solicitados por ele de forma completa. Integrantes do governo do Rio dizem que a reunião com Moraes começou tensa, mas terminou bem em um relato que tem pontos de coincidência com o do magistrado . A interlocutores, o ministro deixou claro que a conversa foi amistosa. Procurado, ele não respondeu à coluna.
A reunião, a pedido de Moraes, foi restrita. Além dele e do governador, estavam na sala do Centro Integrado de Comando e Controle apenas os três secretários da área de segurança do Rio de Janeiro: Victor Santos (Segurança Pública), Felipe Curi (Polícia Civil) e Marcelo de Menezes Nogueira (Polícia Militar).
Eles se muniram de diversos dados e imagens para apresentar respostas imediatas a tudo o que Moraes perguntasse. Em uma petição também encaminhada a Moraes, o governador afirmou que a megaoperação respeitou as regras do STF com “emprego proporcional da força”.
A tensão inicial da reunião foi consequência de declarações de Castro.
Ao fazer um balanço da Operação Contenção, a mais letal da história do Rio, com 121 mortos, ele chamou a ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] das Favelas de “maldita” por, segundo diz, dificultar o acesso de policiais às comunidades.

A ADPF impõe uma série de regras à atuação da polícia para evitar ilegalidades e abusos e diminuir a letalidade das operações.
Moraes, que assumiu temporariamente a relatoria da ADPF, antes no gabinete de Luís Roberto Barroso, que se aposentou, reagiu pedindo uma série de explicações e documentos da operação ao governador.
O ministro foi ao Rio para se reunir com autoridades do governo estadual e também com integrantes da Defensora Pública do Estado.
Ele afirmou ainda a interlocutores que, a partir de agora, avaliará os dados que recebeu com profundidade antes de qualquer outra decisão.
A Operação Contenção, definida como massacre ou chacina por analistas, é defendida como necessária pelo governo do Rio e teve apoio da maioria da população.
De acordo com pesquisa Datafolha, 57% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro concordam com a afirmação do governador de que ela foi “um sucesso”.









