O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), detonou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e afirmou que o Brasil “não tem futuro” com uma pessoa como ele no comando da pasta.
Maia disse ainda que o país não tem condições de atrair investimentos com um “ministro da Educação desses”.
Segundo reportagem do jornal Valor , o presidente da Câmara também criticou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e afirmou que o titular da pasta “perdeu condições de ser interlocutor” com investidores. “Não sei o que o governo vai fazer com o ministro do Meio Ambiente. Perdeu condições de ser interlocutor. Radicalizou demais”, disse Maia.
As críticas foram feitas durante um evento do banco Credit Suisse em São Paulo nesta quarta-feira, 29.
Cronologia de erros no Enem
O ministro da Educação enfrenta críticas em razão de erros na realização do Enem e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
No dia 17 de janeiro, depois que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas, estudantes divulgaram relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos.
Leia também:
MPF recebe queixas em série sobre notas do ENEM, e Governo teme processos
Gráfica sem licitação, vazamento, notas erradas… Por que o Enem de Weintraub deu errado?
Um dia depois, no sábado (18), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas do segundo dia, o que atingia “um grupo muito pequeno”. No domingo (19), o Inep informou que estava revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019.
Ao fim da revisão das notas, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Em entrevista na segunda, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na gráfica Valid Soluções S.A.
Matéria Relacionada: A desastrada gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
Lopes explicou que a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras.
Após ação da Defensoria Pública da União (DPU), a Justiça chegou a suspender a divulgação do resultado do Sisu, mas o STJ derrubou a decisão –a pedido da Advocacia Geral da União (AGU). Os resultados foram liberados no começo da noite de terça-feira (28).