Por Ricardo Antunes — Eu era repórter iniciante do Diário de Pernambuco quando através do colega Zadock Castelo Branco passei a frequentar um almoço super reservado que o ex-deputado Osvaldo Rabelo (pai de Osvaldo Rabelo Filho) promovia em seu escritório, em Santo Amaro.
Era impossível contar tudo que ouvia de políticos, empresários, desembargadores e gente poderosa que passavam por lá para conspirações políticas e negócios em todo Brasil.
Sucessor natural do pai, ele foi quatro vezes prefeito de Goiana e deputado estadual em dois mandatos. Nesse quinto, há quatro anos, pediu licença e nunca mais voltou, embora tenha feito o sucessor na sua cidade natal.
“Ricardinho se eu te contar o que sei você morre depois de eu já está no céu”, brincava comigo.
Ele me deu a última entrevista em agosto do ano passado, no apartamento em Boa Viagem. Eu pedi novamente a ele para escrever suas memórias. “Você está louco? Se eu falar o mundo acaba”, me respondia falando alto, antes de explodir numa risada que marcava sua vontade de viver.
Visionário, chato, milionário, briguento e verdadeiro. Esse foi Osvaldo Rabelo Filho que leva para o túmulo os maiores segredos da aristocracia política pernambucana da década de 60 a 90.
Que descanse em paz e o bom Deus dê conforto para sua família.







