Por Ricardo Antunes – Se voltar atrás no que prometeu fazer, o presidente Jair Bolsonaro vai passar um atestado de que não manda mais no seu governo.
E dar a certeza ao país que está gerindo nosso futuro como se estivesse numa “liga de dominó”.
Há semanas, diante do seu radicalismo em andar pelas ruas de Brasília, ele já tinha sido advertido por militares da caserna que deveria regrar seus instintos mais primitivos.
No primeiro momento, Bolsonaro pareceu concordar, mas um dia depois já estava sendo o mesmo. Brigou novamente com a imprensa, confrontou governadores, e foi dar um passo pelas ruas como se o Brasil não estivesse no meio de uma crise sanitária de proporções desconhecidas.
Nesse final de semana, Bolsonaro criticou e estimulou sua falange nas redes sociais a denegrir Mandetta e, mais uma vez, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Os dois mandaram sinais à ala militar do Governo que estavam nos respectivos limites, e uma crise agora jogaria mais ainda os governadores contra o Governo Federal.
Mesmo assim, o presidente deu vários sinais em contrário e chegou mesmo a reunir Osmar Terra com outros ministros para falar da transição na pasta da Saúde hoje pela manhã no Palácio do Planalto.
Hoje, antes da reunião das 17h começar com todos o seu ministros, ele recebeu dois telefonemas.
O que parece é que, sozinho e isolado, Bolsonaro pensou que podia muito e, agora descobre que talvez não mande mais em nada.