Por Ricardo Antunes
Uma empresa “fantasma” sem sede ou funcionários e com transações milionárias suspeitas foi decisiva para que a PGR pedisse ao ministro Edson Fachin que não encerrasse as investigações sobre o senador Humberto Costa (PT). Tanto o senador e líder da oposição como o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) devem figurar ainda na lista que Rodrigo Janot enviou ao STF. Empresários ligados aos dois senadores foram alvo da Operação de ontem da Polícia Federal.
Edson Fachin determinou o prosseguimento do inquérito contra Humberto Costa, acatando o pedido formulado por Rodrigo Janot, para quem existiriam três linhas de investigação, a serem seguidas e que não teriam sido observadas pela Delegada Federal, ao pedir o arquivamento. Uma das linhas apontadas por Janot, segundo informações do blog de Noelia Birto, foi a de que os recursos pedidos por Mário Beltrão a Paulo Roberto, para a campanha de Humberto Costa, tinham origem no Núcleo Estruturado de Propinas montado pela Odebrecht.
O fato acabou sendo confirmado pelas delações premiadas dos executivos da empreiteira baiana, homologadas pela Ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo e foi, segundo, Janot, justamente a linha investigatória ignorada pela delegada.
Em quebra de “sigilo fiscal” obtido por força da Ação Cautelar nº 4.000, foi possível ao Ministério Público Federal constatar que apesar de ser uma empresa que segundo a própria filha de Mário Beltrão, Márcia Beltrão, em depoimento à Polícia Federal, não tem sequer sede nem funcionários, a MSM recebeu aportes milionários de pessoas jurídicas. Uma delas foi a CONDUTO sendo que os repasses superam os R$ 5 milhões, outros da ordem de mais de R$ 2 milhões com a White Martins e, ainda, o recebimento de R$ 1.347.000,00, da Odebhecht.
Nos autos do Inquérito são comprovados vários registros de reuniões entre Paulo Roberto Costa, Humberto Costa e Mário Beltrão, seja na sede da Petrobras, seja cafés da manhã, em hotéis de luxo, no Rio de Janeiro, a exemplo do Softel e tradicional Copacabana Palace, confirmando o que Delcídio do Amaral afirmou sobre a “conhecida proximidade de Humberto Costa com Paulo Roberto Costa”. A assessoria de imprensa do Senador Humberto Costa diz que apóia as investigações e que ao final dela será comprovada que o senador não a nenhum crime e que não existe nada que desabone sua vida pública.







