Por Ricardo Antunes
Ex-mulher do “todo poderoso”, Raul Jungmann, e presidente do PPS estadual, Débora Albuquerque foi demitida do cargo de Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural.
Ela entrou no Ministério da Cultura nomeada pelo deputado Roberto Freire (PPS) e, mesmo assim, ao contrário do parlamentar, não pediu demissão do cargo. Além dela, mais dois secretários foram exonerados pelo ministro Sergio Sá Leitão.
Há menos de 15 dias, Sá Leitão, criticou a MP de Jungmann que retirou recursos da loteria que iam para o Fundo Nacional de Cultura o que gerou uma discussão sobre o tema no Palácio do Planalto. O dinheiro foi alocado para a segurança.
A troca de quase metade da cúpula do MinC faltando apenas seis meses do fim do governo Michel Temer foi considerada desnecessária por algumas fontes ouvidas pelo blog. Além de Débora Albuquerque, foram demitidos João Batista da Silva (Audiovisual), e Mansur Bassit (Economia da Cultura).
A forma também destoou da habitual elegância de Leitão. Os atuais secretários foram comunicados da exoneração, por telefone, pela nova secretária-executiva da pasta, Cláudia Pedrozo. Alguns ficaram contrariados pois foram pegos de suŕpresa e mais ainda faltando seis meses para o fim do governo.
Débora Albuquerque, por exemplo, foi se queixar ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que, embora não mesmo pertença mais ao PPS, tem prestígio junto ao presidente Temer. Ela e o ministro foram casados por cinco anos.
Além disso, fontes do próprio Minc não escondiam o seu descontentamento com a postura da secretaria, que ao contrário do que muita gente esperava, não entregou o cargo quando o PPS rompeu com o Governo Temer. Alegam ainda que em mais de um ano no cargo, não se tem qualquer notícia do que ela tenha feito de produtivo á frente da Secretaria de Diversidade, Cidadania e Cultura.
Por sua vez, Mansur Bassit, que estava há anos na secretaria de Economia de Cultura, também não gostou da forma como se deu a exoneração. ” O ministro pode direito trocar quem ele quiser mas poderia dizer os motivos”, reclamou Bassit, que foi diretor da Câmara Brasileira de Livro e tinha excelente trânsito com o setor.
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A demissão mais lamentada foi a de João Batista da Silva, que é servidor público de carreira e desde a década de 90 atua no MinC e áreas correlatas.
Claudia Pedrozo tomou posse e já despacha como ministra interina desde o começo da semana, enquanto Leitão cumpria agenda em Washington (EUA).
Carioca e também levada por Sergio Sá Leitão, Cláudia Pedrozo substituiu na Secretaria Executiva Mariana Ribas, nomeada para a diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Mariana também é do Rio de Janeiro, e ligada ao ministro Moreira Franco (PMDB), bem como o presidente da Ancine, Christian de Castro, que assumiu no começo do ano e foi uma indicação pessoal do ministro da Cultura.
Sergio Sá Leitão tem sido um dos ministros mais atuantes do Governo Temer, e tem dado especial atenção ao audiovisual e a chamada economia criativa. Em suas palestras pelo exterior ele tem lembrado que “as atividades culturais e criativas representam, atualmente, 2,64% do PIB e geram mais de um milhão de empregos informais”.






