Por Ricardo Antunes — Com o avanço da vacinação, a vida de quem trabalha já começou a voltar ao normal. Aos poucos, diversos setores produtivos retomam a rotina; as pessoas, a luta diária pela manutenção do emprego. É dureza pra todo mundo. Para os deputados estaduais, não. Assembleia Legislativa suspendeu as sessões presenciais logo no início da pandemia, e parece que gostou da novidade. Até agora, nada de presença física no plenário e nas comissões. O esforço – vamos chamar assim – se resume a uma sessão virtual nas quintas-feiras, às vezes com quorum mínimo.
A situação desagrada parte dos deputados. Já se sabe que Clarissa de Tércio, Diogo Moraes, Priscila Krause, Simone Santana, Teresa Leitão e Tony Gel exigem a volta do trabalho presencial. Por enquanto, pregam no deserto, mas não desistem de conquistar novas adesões à causa.
A decisão de voltar compete ao presidente Eriberto Medeiros e ao primeiro-secretário Clodoaldo Magalhães. Os dois não estão nem aí e sequer dão as caras até nas sessões online das quintas. A prioridade deles é outra, ou seja, as agendas de inaugurações e outros eventos do governador Paulo Câmara, que, como é do conhecimento do eleitorado, se realizam principalmente às quintas e sextas-feiras. Coincidência, certamente.

A maioria dos deputados, favorável a deixar as coisas como estão, aproveita a moleza para visitar as bases, participar de eventos, ampliar a pauta de compromissos pessoais, imprensar feriados e rechear os dias de folga, que ninguém é de ferro. Pra nada disso precisam se preocupar com a pandemia. Parece até que o risco da Covid só existe dentro da Assembleia. Que hipocrisia!
Que tal voltar ao batente, Excelências? Por que não seguem o exemplo da população, que rala todo dia, em vez de se mirar no comportamento dos colegas Eriberto Medeiros e Clodoaldo Magalhães? Como explicar tamanha falta de respeito com o eleitor pernambucano?
Já sabíamos que a Covid mata e provoca sequelas. Agora sabemos que é usada para justificar preguiça e falta de compromisso político.
Pra não deixar dúvidas, digo de novo: que hipocrisia!







