Do G1 – Um português que andava no Elevador da Glória no sentido oposto ao bondinho que descarrilou e matou 16 pessoas e deixou outros 21 feridos disse nesta quinta-feira (4) que o funicular vinha em alta velocidade ladeira abaixo. Quando presenciou a cena, Abel Esteves disse achar que iria morrer.
Com a voz embargada e dando sinais de trauma psicológico, Esteves disse a jornais e agências de notícias no local da tragédia que nunca mais andar de bondinho e rememorou a tragédia, dos momentos de pânico ao socorro às vítimas.
“Quando vi o outro funicular descendo, gritei para a minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui’, porque pensei que o elevador ia bater no que estávamos e ele vinha numa velocidade muito alta. O bonde veio solto daquela descida lá de cima, uns 200 metros de altura de lá até aqui embaixo, então ele desce numa velocidade insana”, disse Esteves.
“Não, nunca mais vou andar nele [bondinho]. Vou viver o tempo que eu tiver que viver, e provavelmente não vou viver muito mais, mas, enquanto eu viver, nunca mais vou andar nele”, afirmou o português.

O número de mortos do descarrilamento subiu para 16 na manhã desta quinta-feira, segundo autoridades portuguesas. O número foi inicialmente elevado para 17, mas foi corrigido horas depois. Três dos 21 feridos estão estado grave no hospital. Há um brasileiro entre os feridos, afirmou o cônsul-geral do Brasil nesta quinta.
Abel Esteves disse também que ajudou no resgate às vítimas junto com outras pessoas que estavam no local no momento do acidente, e retirou uma mulher morta das ferragens.
“Eu vi ele descendo, achei que ia bater no prédio. Teve um estrondo enorme. Eu subi correndo e já tinham dois rapazes, tinham tirado uma senhora negra e a colocaram deitada na calçada. Eu puxei um ferro [do bonde] e consegui tirar outra senhora, falei: ‘Essa senhora, coloquem-na na calçada também, essa senhora já está morta’, falei pros rapazes: ‘Coloquem essa senhora na calçada, essa senhora está morta’”, afirmou.
Outra testemunha também relatou que o bondinho estava em alta velocidade. Teresa d’Avó disse ao jornal português “Observador” que o veículo estava “fora de controle, parecia que estava sem freio”. “Ele bateu em um prédio com uma força brutal e desmoronou como uma caixa de papelão”, disse a mulher.









