EXCLUSIVO, da Redação do Blog — A superintendente do Metrorec (Metrô do Recife), Marcela Campos, negou com veemência acusação de funcionários da empresa de que estaria tentando acobertar denúncia de tentativa de estupro na empresa, trocando o gerente de segurança para proteger o denunciado, por ser de sua confiança.
“Minha postura é conhecida. Não é do meu perfil acobertar uma denúncia desse teor. Desconheço as informações sobre o assunto”, declarou ela ao Blog. “Quanto ao funcionário citado, não sei nem quem é e muito menos ser de minha confiança”, completou.
Como divulgou o Blog com exclusividade, o funcionário está citado em boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro. Trata-se de Carlos Morais, chefe da estação Ipiranga, da Linha Centro, entre os bairros de Afogados e Mangueira. É acusado no BO de agredir sexualmente uma subordinada.
Em nota ao Blog, o Metrorec ressalta que a substituição do gerente de segurança foi uma decisão administrativa sem qualquer relação com a denúncia de estupro. O Blog publicou a portaria em que o ex-gerente de segurança, Emanuel Augusto dos Santos, foi substituído por André Chalita de Figueiredo.

Sem citar o nome e as funções do acusado, o Metrorec informa haver tomado conhecimento da denúncia contra o chefe de estação na quarta-feira passada (17), abrindo “imediatamente” processo administrativo, “com direito a ampla defesa” do acusado.
Funcionária há vários anos do Metrorec, Marcela Campos, 39 anos, filha do ex-senador e ex-governador Carlos Wilson, falecido em 2009, vítima de câncer, foi nomeada superintendente em agosto de 2023.
Nos bastidores da política, a informação é de que foi guindada à superintendência do Metrorec por indicação dos deputados federais Lula da Fonte (PP), seu sobrinho, e Eduardo da Fonte (PP), pai de Lula.
Eleitora de Lula da Fonte, com quem aparece em fotografias vestindo a camisa da campanha dele, Marcela foi candidata a vereadora do Recife em 2012 pelo mesmo PP de Lula e de Eduardo.

Eis, na íntegra, a nota do Metrorec enviada ao Blog:
“A Companhia Brasileira de Trens Urbanos informa que, assim que tomou conhecimento da denúncia, na quarta-feira (17/04), foi instaurado, imediatamente, um procedimento para apurar o fato. Portanto, a informação de que o processo foi protelado é inverídica.
A CBTU ressalta que todos os processos administrativos disciplinares na Companhia são conduzidos conforme Manual Disciplinar da empresa e determinações da Controladoria Geral da União (CGU), com direito a ampla defesa e prazos regulamentados.
Em relação a nomeação e dispensa de funções de confiança, esses atos administrativos são discricionários e a dispensa do empregado não tem nenhuma relação com o caso citado. A CBTU destaca que a segurança de todos os seus funcionários e passageiros é prioridade para a Companhia e que o fato será apurado com rigor.”
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