Por Ricardo Antunes – Fernando Ribeiro da Costa, de 55 anos, morreu após ser baleado durante a operação. Ele era considerado um advogado “bastante problemático” e estava suspenso da OAB-PE. Durante a pandemia ele chegou a ser preso no juizado da Imbiribeira por não usar máscara.
A suspensão do exercício da atividade, não retiraria dele a prerrogativa de ter acompanhamento da OAB em caso de cumprimento de mandado de busca e apreensão, o que não aconteceu.
A entidade apontou reiteração de comportamentos agressivos e episódios de descontrole emocional, considerados incompatíveis com a dignidade da advocacia.
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Metropolitano (Samu), a morte foi confirmada enquanto ele era transferido para o Hospital da Restauração, na área central da cidade.
O conflito começou por volta das 12h e, pouco depois das 14h, o homem foi retirado do local numa maca e levado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele foi levado para o Hospital da Restauração, no Derby, Centro do Recife, mas já chegou morto à unidade.
Segundo o Samu, no momento em que foi atendido, o homem estava gravemente ferido. A equipe fez procedimentos de reanimação e controle de hemorragias, mas ele morreu durante a transferência para o Hospital da Restauração.
Segundo a delegada Thayná Barbosa Fioresi, que participou das negociações com o atirador, a arma usada por Fernando Ribeiro da costa, uma pistola 9 milímetros, era o alvo do mandado de busca e apreensão expedido contra ele.
A delegada contou, também, que o mandado era referente a uma denúncia de violência doméstica e familiar contra a ex-esposa do advogado. Ele não teve o nome divulgado. Uma equipe da Delegacia da Mulher foi ao local para fazer a apreensão e foi recebida a tiros.
“Os policiais solicitaram apoio e começamos a primeira intervenção conversando com ele, tentando dialogar e pedindo que ele saísse, que a gente só queria cumprir um mandado de busca. Ele estava bastante exaltado, com alto grau de periculosidade, apontando arma de fogo. Dizia que não ia sair e que, se o efetivo tentasse se aproximar, ele continuaria disparando”, afirmou a delegada.
Pelo menos três disparos foram ouvidos pelas testemunhas no início do conflito. Às 13h50, ele voltou a atirar. Segundo o major Rafael Ignácio de Souza, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar, cerca de 11 tiros foram disparados pelo atirador durante todo o período.
“Em todo momento foi enfatizada a negociação, mas ele se demonstrou irredutível. Quando a equipe tática se movimentava, começou a efetuar disparos e a gente teve que agir em legítima defesa.
Foi baleado no momento em que efetuou disparos. A gente teve que dar a resposta e ele foi atingido. A equipe adentrou para fazer o controle do local, ele foi atendido e o Samu conduziu”, disse o PM.
A delegada contou, ainda, que há informações de que o homem é uma pessoa violenta e a arma dele estava sendo utilizada para praticar violência contra a ex-esposa. Parentes contaram que ele faz uso de remédios para transtornos psiquiátricos e que, há um tempo, tinha parado de tomá-los.
“Informações preliminares são de que ele é uma pessoa violenta, bastante agressiva, que já foi internada em outras oportunidades e a busca era para tentar pegar essa arma de fogo que estava sendo utilizada para praticar violência contra a mulher. […] Começou uma fumaça no endereço, identificando que ele tava queimando algo. Aí foi quando o Bope chegou e tomou controle da situação”, declarou.








