Por Danilo Duarte – Após matéria publicada em nosso site sobre fraude na comercialização de ingressos para um evento da Carvalheira, através da plataforma digital Sympla, surgiram novos relatos de pessoas que foram vítimas do golpe. O alvo dos criminosos são pessoas interessadas na compra ou venda de ingresso para a festa “Feijoada do Carva”, que acontece neste sábado (28), para a qual os interessados precisam desembolsar R$ 500 reais, mais uma taxa de conveniência da Sympla no valor de R$ 60,00.
Nós apuramos e descobrimos como o golpe acontece:
1. Os suspeitos oferecem repasse e venda de ingressos anunciando pela plataforma do Instagram, na conta da organizadora do evento (@carvalheira), e para passar veridicidade da venda, informam que disponibilizaram os ingressos na plataforma da empresa Sympla;
2. A vítima entra em seu cadastro da empresa Sympla, verifica que os ingressos estão ativos e foram transferidos pela opção de “troca de titularidade”, recebem e-mails da empresa Sympla parabenizando pela compra confirmada, e ao se dirigirem à organização do evento para troca das camisas, passam constrangimento e são informados que os ingressos são inválidos, mesmo ainda, aparecendo na plataforma da Sympla como ingressos ativos;
3. Apesar da transferência financeira não acontecer na plataforma, a empresa confirma a troca de titularidade dos ingressos, fazendo assim, com que a negociação aparente ser válida e confiável;
4. É nesta quebra de confiança que os golpistas pedem a transferência bancária via pix, e depois desaparecerem.

A advogada, Luana Laet, explica que constitui a tipificação do crime de Estelionato, previsto no artigo 171 do código penal, e que a partir da alteração promovida pelo chamado “Pacote Anticrime” (Lei 13.964/19) a ação passou a ser, em regra, pública condicionada à representação da vítima.
A advogada ressalta que, como os valores dos golpes não ultrapassam 40 salários mínimos, é necessário que as vítimas se dirijam às delegacias dos respectivos bairros em que residem para fazer o boletim de ocorrência policial e narrar os fatos, assim como todas as empresas envolvidas, como a instituição financeira em que fez o pix/transferência, a organização do evento, a empresa da plataforma que faz a titularidade dos ingressos, e a rede social Instagram para que forneça os dados das contas dos golpistas.

“Após a ocorrência, aberto o inquérito policial, a polícia fará o trabalho de investigação criminal. Não obstante, as vítimas dos golpes, poderão acionar o juizado especial cível, e ajuizar uma ação de reparação de danos morais e materiais pelo constrangimento e prejuízos sofridos. É de suma importância, que as vítimas façam o boletim de ocorrência, munidos de toda documentação, como prints e comprovantes de transferência bancária, para que crimes como esses não permaneçam impunes”, aconselha Luana Laet.
Nas plataformas virtuais, usuários alertavam sobre a ocorrência de uma fraude envolvendo a venda de ingressos.