Com informações da Veja – Na semana que antecedeu o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já dava sinais de que uma inflexão estava em curso. Em entrevista, disse que “hoje eu não posso falar que confio na Justiça” e que, se fosse eleito presidente, daria anistia ao padrinho político.
“Primeiro ato”, afirmou. Depois, já com o julgamento em andamento, desembarcou em Brasília para articular a aprovação de um projeto de lei de perdão aos condenados por atos antidemocráticos, entre eles Bolsonaro.
Sentou-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta, seu colega de partido, e com outros líderes do Centrão, antes de voltar a São Paulo para conversar também com o pastor Silas Malafaia e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, porta-vozes mais aguerridos das críticas ao STF e da ofensiva por anistia.
Ao lado de ambos, subiu no carro de som bolsonarista na Avenida Paulista no 7 de Setembro e aumentou ainda mais o tom. Discursou dizendo que o processo por tentativa de golpe é “maculado” e “viciado” e fez algo impensável há poucos dias ao bradar que o país não aguenta mais a “tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”.
Os acenos explícitos às pautas mais controversas e caras ao bolsonarismo serviram para chacoalhar o tabuleiro eleitoral. Além de reposicionar o discurso mais à direita e agradar aos aliados do ex-presidente, sempre desconfiados de seu estilo mais pragmático, o governador paulista acenou em busca do apoio do capitão para eventual projeto presidencial, um desejo cada vez mais explícito de siglas importantes, em especial do Centrão, que se afasta do governo Lula — e, de forma mais sutil, também de Bolsonaro.
Funcionou também ao mostrar, tanto a eventuais concorrentes à direita quanto aos aliados do presidente Lula, que, no ocaso de Bolsonaro, ele estaria disposto a se colocar no jogo pela Presidência em 2026.








