Com informações de Mariana Kid do Universa
As obras mais importantes e populares de Tarsila do Amaral, um dos principais nomes do modernismo, já podem ser vistas no Masp (Museu de Arte de São Paulo). Uma coletânea de 120 trabalhos, expostos em museus importantes mundo afora, aterrissam no museu paulistano como parte do projeto “Historias das mulheres, historias feministas”. A iniciativa tem homenageado mulheres fortes e importantes, como a arquiteta Lina Bo Bardi e a pintora Djanira da Motta e Silva.
Precursora
Filha de uma família rica de Capivari, interior de São Paulo, Tarsila fez parte da trupe de um dos movimentos artísticos mais importantes do século 20. Ao lado de Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, ela integrou o chamado “Grupo dos Cinco”, que lançou a Semana de Arte Moderna de 1922.
Mulher de fibra
No início do século, as mulheres exerciam
um papel de quase total submissão aos homens. Transgressora, Tarsila foi na
contramão dos costumes da época e se separou do primeiro marido, o médico André
Teixeira Pinto, em 1913, alegando divergências culturais. Para ela era
inaceitável assumir o papel de dona do lar e abdicar de suas pretensões
artísticas. E sem medo de julgamentos, encarou o desquite e demorou anos, até
1925, para conseguir a anulação de seu casamento. Só assim conseguiu
concretizar sua união com Oswald de Andrade, com quem ficou entre 1926 e 1930.
Depois dele, Tarsila teve outros dois companheiros.
Filantropia
Em 1965, Tarsila foi submetida a uma
cirurgia de coluna e acabou ficando paralítica — usou cadeira de rodas até
seus últimos dias. No ano seguinte, perdeu a única filha, Dulce, por conta de
uma crise de diabetes. Naquela época, a artista ficou deprimida, se aproximou
do espiritismo e conheceu Chico Xavier, de quem ficou amiga. Até sua morte, em
1973, ela doava parte do que arrecadava com suas obras para uma instituição de
caridade administrada pelo médium.







