Do Correio Braziliense — Cidades engolidas pelas águas, rodovias federais ou estaduais interditadas ou rompidas, transbordamento de rios, 28 municípios com situação de emergência decretadas e milhares de desabrigados, desalojados e com as casas ameaçadas por deslizamentos de terra e alagamentos. Este é o cenário deixado em grande parte da Bahia após quatro dias de temporais iniciados na última terça-feira (07), no rastro do fenômeno climático conhecido pelo nome de La Niña, que provoca queda abrupta na temperatura da superfície do Oceano Pacífico Tropical.
Até esta sexta-feira (10), o Extremo-Sul foi a região mais devastada pelas chuvas. Em especial, as cidades de Jucuruçu e Itamaraju, que acumulam estragos ainda não calculados. De acordo com a Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil (Sudec), ambos continuam debaixo d’água, com áreas completamente submersas.
Em Jucuruçu, há pelo menos 500 famílias desabrigadas – aproximadamente 2.500 pessoas que tiveram suas casas invadidas pelas águas dos rios Gado Bravo e Jucuruçu. Nos bairros mais afetados da cidade, moradores continuavam sendo resgatados das enchentes com o auxílio de colchões infláveis. Lá, ainda há cerca de mil habitantes alertados sobre a necessidade de sair das residências imediatamente devido ao alto risco de desabamento.

O panorama se repete em Itamaraju, onde três pessoas de uma mesma família, incluindo duas crianças de 4 e 8 anos, morreram soterradas dentro de casa na última quarta-feira (08). O chefe da Defesa Civil da cidade, Vinícius Borges, afirmou que não está contabilizando o número de desabrigados, mas adiantou que existem centenas de pessoas nessa condição. “Estamos com cinco helicópteros para levar mantimentos para as regiões isoladas”, destacou.
Teixeira de Freitas é outra cidade fortemente atingida pelos temporais no Extremo-Sul. De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, três escolas foram transformadas em alojamento provisório para receber dezenas de desabrigados e desalojados no municípios.