Da Redação do Blog – Duas adolescentes de 14 anos, M.F.F.O e S.A.A.R. foram vítimas de uma suposta tentativa de envenenamento na sexta-feira (30), no Colégio Boa Viagem, escola particular em Recife. O incidente ocorreu por volta das 9h30, durante a troca de sala, quando as estudantes deixaram suas garrafas de água no local.
A aluna M.F.F.O ingeriu o líquido misturado com álcool em gel, passou mal e chegou a ser encaminhada ao hospital. Mas ao perceber o gosto estranho, ela alertou a amiga, que também detectou a substância em sua garrafa antes de consumi-la. Os pais das adolescentes registraram um boletim de ocorrência, e a polícia iniciou uma investigação. As garrafas seguiram para perícia, que determinará se a substância na água era apenas álcool.

Paula Rego, mãe de M.F.F.O., deu detalhes do caso em entrevista exclusiva ao Blog. Segundo ela, o problema começou no início do ano com episódios de bullying envolvendo grupos na sala: os “populares” e os “estudiosos”. “Minha filha faz parte dos grupos mais quietos e desde o início do ano, o grupo popular vem praticando bullying contra o “grupos mais quietos”, relatou. Chegando até quebrar o celular de uma aluna e pisar na mochila delas.
Paula mencionou que uma semana antes do ocorrido, a mãe de S.A.A.R. foi à escola denunciar o bullying, mas nenhuma medida foi tomada. “Uma semana depois, aconteceu o que aconteceu. No intervalo entre minha filha ingerir o álcool e eu chegar à escola, a professora de geografia tentou pegar a garrafa delas para jogar o líquido fora. A outra aluna entrou em uma briga com ela e conseguiu recuperar as garrafas”, explicou.
Na delegacia, os pais, acompanhados de advogados, formalizaram a denúncia. “Na segunda-feira, fomos ao colégio e nos informaram que haveria um monitor para acompanhar as meninas, mas isso não aconteceu. Minha filha não estava se sentindo bem psicologicamente e queria até colocar cadeado na bolsa. Com a falta de resposta da escola, pedi para minha cunhada divulgar o caso nas redes sociais, e ele começou a repercutir”, relembrou Paula.

Na quarta-feira (5), os pais foram chamados pela direção do colégio, que afirmou saber quem era o responsável pelo ato e que a medida adotada seria a suspensão do aluno. Paula destaca que seguirá com o processo criminal e civil, afirmando que “o bullying não ficará impune”.
O Colégio Boa Viagem foi procurado pela reportagem, mas não retornou até o fechamento desta matéria e ainda não se pronunciou publicamente sobre o incidente.
O OUTRO LADO
Até o fechamento desta matéria o Colégio Boa Viagem não se pronunciou oficialmente e não atendeu a reportagem.