Por O Globo – Após o presidente Joe Biden desistir de sua campanha à reeleição, a revista americana Time publicou neste domingo, em suas redes sociais, a capa de sua próxima edição: com um vermelho vivo no fundo, Biden aparece deixando a página ao mesmo tempo em que sua vice, Kamala Harris, aparece “caminhando” para o centro da imagem. Kamala foi endossada por Biden para substituí-lo na campanha, mas o processo não é automático.
Biden anunciou sua desistência na tarde deste domingo após semanas de pressão por parte de democratas, doadores e da imprensa. O anúncio ocorreu através de uma carta, publicada nas redes sociais, em que disse acreditar que “seja do interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente”. Ele também prometeu uma declaração no fim desta semana para dar mais detalhes.
A indicação óbvia e a mais cotada para substituir Biden é Kamala. A vice de 59 anos, a primeira mulher e a primeira pessoa negra e de origem asiática a ocupar o cargo de vice-presidente, disse em uma declaração estar “honrada” pelo apoio de Biden e que pretende “merecer e conquistar” a indicação do Partido Democrata.

Além do endosso de Biden, que afirmou que ter Kamala como vice foi “a melhor decisão” que tomou, também recebeu o apoio do ex-presidente americano Bill Clinton e sua esposa e ex-secretária de Estado, Hillary. E, junto com o apoio, vieram os ataques dos adversários republicanos, que focam suas críticas em sua gestão no combate à imigração ilegal e a acusam de ocultar a condição física e mental do atual presidente.
Apesar disso, a substituição não é automática, e o Partido Democrata é livre para escolher um candidato diferente, se preferir. Entre as possíveis indicações, estão os governadores da Califórnia, Gavin Newsom, do Michigan, Gretchen Whitmer, e da Pensilvânia, Josh Shapiro. Também circula o nome do senador de Nova Jersey Cory Booker. Qualquer indicação só será oficializada quando os delegados da Convenção Nacional Democrata, marcada para agosto, em Chicago, derem seu voto.
A decisão de Biden foi saudada por líderes mundiais, que homenagearam a carreira política do presidente e disseram respeitar sua decisão.