Do Metrópoles – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista na Casa Branca, nesta sexta-feira (5/9). O republicano afirmou que a gestão brasileira “mudou radicalmente” e se tornou uma “esquerda radical”, o que, segundo ele, estaria prejudicando o país.
“Estamos muito chateados com o Brasil. Nós os tarifamos muito alto por causa do fato de que eles estão fazendo algo muito infeliz. Eu amo o povo do Brasil. Temos um ótimo relacionamento com o povo do Brasil, mas o governo do Brasil mudou radicalmente. Foi muito para a esquerda, foi radicalmente para a esquerda, e isso está prejudicando muito o Brasil. Eles estão indo muito mal”, disse Trump.
A última vez que o norte-americano criticou o Brasil publicamente, foi há três semanas, quando ele classificou o Brasil como “um parceiro comercial horrível” e acusou o país de impor “tarifas enormes” contra produtos norte-americanos.
A última vez que o norte-americano criticou o Brasil publicamente, foi há três semanas, quando ele classificou o Brasil como “um parceiro comercial horrível” e acusou o país de impor “tarifas enormes” contra produtos norte-americanos.
Tarifaço de Trump
No fim de julho, Trump assinou uma ordem executiva que elevou para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. A sobretaxa, em vigor desde 6 de agosto, resultou da soma de uma alíquota de 10%, anunciada em abril, com outros 40% adicionais.
Apesar da medida, cerca de 700 itens — entre eles suco de laranja, petróleo, aeronaves, castanhas e minério de ferro — ficaram de fora e seguem sujeitos apenas à taxa inicial.
Segundo a Casa Branca, o objetivo é proteger a indústria norte-americana. No Brasil, porém, a decisão foi vista como um duro golpe em setores estratégicos da economia e agravou tensões diplomáticas.
Lula critica falta de diálogo
Na quinta-feira (28/8), em reunião ministerial, Lula acusou o governo Trump de dificultar o diálogo, mesmo diante das tentativas brasileiras de negociação. O presidente citou esforços do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas afirmou que não houve abertura dos norte-americanos.
“Até agora a gente não conseguiu falar com ninguém, com ninguém dos Estados Unidos. Nem o Mauro conseguiu falar, nem o Alckmin, e o Haddad estava com uma reunião com o secretário do Tesouro que suspendeu a reunião e foi se reunir com o deputado Eduardo Bolsonaro”, criticou Lula.
O petista chamou a postura da Casa Branca de “falta de seriedade” e disse que não pretende mendigar uma audiência com o presidente americano.
“Um homem que anda de cabeça erguida, tem dignidade, não rasteja diante de outro homem. O dia que o Trump quiser, eu estarei pronto para conversar. Mas ele nem carta para mim mandou”, afirmou em entrevista à TV Record de Minas Gerais.
Apesar das críticas, Lula reiterou que mantém disposição para negociar. “A hora que eles quiserem negociar, o ‘Lulinha paz e amor’ está de volta. Não tenho medo de errar”, completou.









