Da Redação do Blog – Um dos maiores pintores primitivistas do país, o baiano radicado em São Paulo Waldomiro de Deus, 81 anos, lança no Auditório da Pinacoteca, na Praça da Luz, em São Paulo, no domingo, dia 12, às 15h, livro do crítico Enock Sarmento com suas principais obras. O artista e o escritor conversarão com os convidados sobre sua trajetória e o processo criativo.
De origem humilde, Waldomiro de Deus teve uma infância e juventude marcadas por uma vida itinerante pelo sertão da Bahia e pelo norte de Minas Gerais, antes de se estabelecer em São Paulo, em 1959, onde trabalhou inicialmente como engraxate. Seu contato com a arte surgiu de maneira inusitada, em 1961, quando começou a pintar utilizando materiais encontrados na casa de um antiquário onde atuava como jardineiro. Após ser demitido, levou seus primeiros trabalhos para expor no Viaduto do Chá e, surpreendentemente, vendeu dois deles no primeiro dia.
Em 1966, realizou sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Ganhou notoriedade tanto por seu talento quanto por sua personalidade irreverente, como quando desfilava de mini-saia pela Rua Augusta no auge do movimento hippie.

Suas obras causaram polêmica ao retratar figuras religiosas com trajes modernos e sensuais, como Nossa Senhora de mini-saia e Jesus de bermudas, o que chegou a provocar sua perseguição por membros da organização TFP. Mesmo assim, manteve-se firme em sua liberdade de expressão artística.
Ao longo de sua carreira, expôs na Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha e Estados Unidos, conquistando reconhecimento internacional. Desde a década de 1960, vive exclusivamente de sua arte, retratando com cores vibrantes e estilo próprio o cotidiano, o folclore e as lendas do interior nordestino, como a mula-sem-cabeça e o lobisomem, além de cenas escatológicas e eróticas.









