Da Redação do Blog — Mais de 15 dias depois de um pedido de prisão feito pelo delegado José Alexandre Amorim da Silva, titular da Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul, o agressor que fez uma emboscada contra o jornalista Ricardo Antunes continua solto e feliz, numa prova de que “o crime às vezes compensa”, como diz o dito popular.
Apesar de acionado, no último dia 2 de dezembro, pelo então juiz da 3ª Vara Criminal, Laiete Jatobá Neto, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) não se manifestou sobre o mandado contra Pedro Henrique Costa de Oliveira, autor do atentado a socos contra o jornalista Ricardo Antunes, devolvendo os autos sem nenhum parecer.
O misterioso silêncio do MPPE, que alega não ter tido acesso a uma das peças do inquérito, atrasa o cumprimento do mandado de prisão, retardando um passo fundamental para se chegar ao mandante do crime covarde e vil.
Para completar o juiz assumiu o cargo de desembargador substituto e não autorizou o pedido de prisão que pode ser feito sem o parecer do MPPE. Ou seja, lavou as mãos.

O caso está agora com o juiz substituto da 3ª Vara Criminal, Abérides Nicéas de Albuquerque Filho, considerado um magistrado de muita seriedade.
Nessa sexta (13) faz exatamente um mês que o jornalista pernambucano foi brutalmente espancado pelo meliante com um soco inglês. O mandante da emboscada fez questão de mandar gravar as cenas de covardia que correram todo o Brasil e foram publicados em vários sites, blogs e programas de TV.
O jornalista saiu da barbearia Trois, no bairro dr Boa Viagem, no Recife (PE) por volta do meio dia. Investigações dão conta de que a informação de que Antunes estava no local foi passada por um funcionário do próprio estabelecimento.
Com um trabalho impecável, comandado pelo delegado José Alexandre da Delegacia de Boa Viagem, na mesma semana os agentes indentificaram o autor da tentativa de homicídio.

Mesmo intimado duas vezes, o agressor se recusou a comparecer à delegacia para prestar depoimento. Ele se chama Pedro Henrique Costa de Oliveira e sua prisão é considerada como essencial para que a Polícia Civil possa identificar o mandante. Para piorar mais ainda, o processo que estava sem segredo de justiça, vazou não se sabe como e o advogado do agressor já se manifestou contra a prisão.
Não existem mais dúvidas de que o outro criminoso é algum empresário que foi mencionado em alguma das reportagens investigativas de Ricardo Antunes. De alto poder aquisitivo e detentor de um patrimônio considerável, foi ele o autor intelectual da emboscada contra o jornalista que levou mais de 30 pontos no olho esquerdo e mais 35, internamente, no maxilar direito. Por pouco, ele não perdeu a visão e ainda está se recuperando da agressão.
A rápida apuração do caso foi defendida por 12 entidades do jornalismo, incluindo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Fenaj (Federação Nacional de Jornalismo) e Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco).
Essa demora, no entanto, só aumenta a insegurança e a sensação de impunidade quando o crime envolve os chamados “poderosos de plantão”. Existe a possibilidade até mesmo de uma queima de arquivo contra o próprio agressor para que o crime fique sem uma solução.









