Por Marcelo Cavalcanti – A profecia, melhor dizendo, a afirmação, é do próprio Cristo, quando vaticina que no final dos tempos, os homens serão amantes de mesmos. Ou seja, de um egoísmo exacerbado, que os isola uns dos outros, que os torna competidores fraticidas.
Bem, é a isto, que assistimos nesta pós-modernidade minimalista, plena de egolatrias.
O que muitos médicos e sacerdotes detectam, na verdade, está previsto de modo assertivo nos ensinamentos do Evangelho.
Os gregos associavam esse comportamento à personalidade de Narciso. Na literatura psicanalítica, o derivado, narcisismo é citado como uma obsessão pelo ego e sua consequente hipertrofia.
A tradição clássica, a ciência, os ensinamentos do Evangelho, estigmatizam, condenam, tipificam a paixão por si mesmo. No entanto, o fomento ao amor a si mesmo vem se tornando, quase, um mantra nas páginas sociais e nos folhetins da grande mídia; virou “dogma” do famigerado “politicamente correto”.
Uma saudável autoestima poderia ser definida como uma lúcida consciência de si mesmo. Todavia, o fomento à idolatria do ego inverte valores. Nos tempos atuais, o pecado capital da vaidade, do orgulho desmedido, tem sido transformado em “virtude”.
É a perversão travestida de empoderamento, hoje, banalizada, até, como técnica de “coach”, ou seja, aquele discurso de treinador de time, na hora de distribuir as camisas. A vida saudável não deve ser encarada como uma eterna finalíssima de “campeonato”. Isso beira o psicótico.
A boa autoestima deve incluir amor “frater” ao próximo, bem como, humildade e temor a Deus. Agir diferente é tentar nós colocar no lugar de Deus e Ele é inequívoco e peremptório: “Não terás outros deuses diante de Mim”. – Que o Senhor em Sua Graça, seja pleno de Misericórdia.
Marcelo Cavalcanti – sociólogo e ativista social