Por Ricardo Andrade* – A ideia da construção de um Complexo Multicultural em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, é um projeto arrojado e de grande valor – artístico, econômico e social – para a atual e futuras gerações. A discordância que tem reverberado, sobretudo, de parte dos moradores mais antigos do município, é com relação a possível demolição do Colégio Dantas Barreto, pioneira instituição de ensino dos paulistenses.
O Teatro Paulo Freire e o Colégio Dantas Barreto compõem a lista dos chamados IEPS (Imóveis Especiais de Preservação) e não devem, apenas em nome de uma pretensa “inovação”, serem varridos do mapa. Eles merecem sim serem ressignificados, incorporados em um novo projeto arquitetônico, numa concepção que una tradição e modernidade.
Um edifício ou monumento não se torna histórico por ter mais tempo de construção, por sua idade, etc, mas por fazer parte de nossa memória, nossa cultura e identidade, e isso não tem nada a ver com valor afetivo.
Defendemos a transformação do Colégio Dantas Barreto em um Memorial, pois é tempo de se construir uma “ponte” entre o ontem e o amanhã.
*Ricardo Andrade é Historiador, Mestre em Gestão Pública(Fundaj) e Professor universitário. Coordena o Movimento Pró-Museu.