Do G1 — O Recife passou a integrar a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Nesta segunda-feira (8), a agência informou que a capital pernambucana passou a ser chamada de “cidade da música”, juntando-se a outros 295 municípios ao redor do mundo reconhecidos internacionalmente.
Criada em 2004, a Rede de Cidades Criativas da Unesco tem como objetivo principal promover a cooperação internacional entre os locais que investem na criatividade, por meio de desenvolvimento urbano sustentável, inclusão social e vitalidade cultural.
Essa rede abrange 90 países e conta com sete categorias culturais: arte e artesanato; design; cinema; gastronomia; literatura; artes – comunicação e mídia; e música. Ao todo, incluindo o Recife, 49 cidades entraram na rede de cooperação.
Além da capital pernambucana, Campina Grande (PB) também passou a integrar a lista. Outras dez cidades brasileiras já fazem parte da rede de cooperação, cada uma por uma especificidade. Na música, somente o Recife e Salvador estão inclusas.

Confira a relação a seguir:
- Belém: gastronomia;
- Belo Horizonte: gastronomia;
- Brasília: design;
- Campina Grande: artes – comunicação e mídia;
- Curitiba: design;
- Florianópolis: gastronomia;
- Fortaleza: design;
- João Pessoa: artesanato e artes populares;
- Paraty: gastronomia;
- Recife: música;
- Salvador: música;
- Santos: cinema.
De acordo com o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, esta foi a primeira vez que a cidade se candidatou ao título. Para a elaboração do relatório submetido à Unesco, foram entrevistados mais de 20 músicos e representantes de grupos artísticos.
“O que a gente ganha é diálogo para mostrar nossa experiência e nossa cultura. O prêmio não é de recurso, mas compromisso. É dizer que o Recife tem uma cultura muito forte, diversa, plural, que tem um papel muito fundamental na dinâmica da cidade. E dizer que queremos fazer disso um elemento de desenvolvimento estratégico”, afirmou.

Sobre a entrada de 49 cidades na rede internacional, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, afirmou que a rede busca compartilhar boas práticas adotadas por essas cidades para desenvolver políticas urbanas que colocam pessoas e sustentabilidade no centro de seu processo de desenvolvimento.
“Um novo modelo urbano precisa ser desenvolvido em cada cidade, com seus arquitetos, urbanistas, paisagistas e cidadãos. […] Estamos pedindo a todos que trabalhem com os estados para reforçar a cooperação internacional entre cidades que a Unesco deseja promover”, afirmou a diretora-geral em um comunicado divulgado pela Unesco.
Segundo Ricardo Mello, foi preciso montar um grupo consultivo que juntou produtores culturais, artistas e representantes de agremiações. Ele afirmou que a cidade também mantém intercâmbios culturais com Nantes, na França, e Medelín, na Colômbia.
“O mantra que perseguimos como política pública é o direito à cultura e de viver da arte. A arte como ofício, necessário e não somente como acessório. A cultura é importante não somente para quem faz. Vimos pelo que passamos nesse período de pandemia em que fomos privados de viver algo que, em sua essência, é o encontro. A cultura é uma marca identitária, um potencial econômico, cultural, de turismo, saúde e de vida”, declarou Ricardo Mello.