Por Ricardo Antunes — A discussão sobre o valor do Auxílio Brasil virou confronto entre o bem e o mal. Quem defende R$ 600,00 por mês é do bem, quem prega R$ 400,00 é do mal (tem quem defenda R$ 300,00, mas essa é outra história).
A questão vai muito além da diferença de 200 reais. O que deveria estar sendo debatido com a devida isenção eram as prioridades do Orçamento de 2022, que ainda não foi votado no Congresso. Por que não se fala da possibilidade de pagar o auxílio de R$ 600,00, ou até mais, sem furar o teto orçamentário, desde que outras despesas deixem de ser realizadas?
O Orçamento da União é de cerca de R$ 4 trilhões, dos quais 95 por cento são despesas obrigatórias. Restam portanto cerca de R$ 96 bilhões para os chamados gastos discricionários. É justamente aí que existem alternativas para fazer justiça social, ou seja, tirar de quem menos precisa para dar a quem mais necessita.
As emendas parlamentares, cerca de R$ 33 bilhões, fazem parte desse bolo mal dividido. As emendas secretas, aquelas sob controle direto do relator do Orçamento, representam R$ 16 bilhões desses 33. Que tal exterminá-las? O Centrão deixa?
Os subsídios tributários chegam ao montante de R$ 371 bilhões. Igrejas e setores empresariais de políticos amigos dos poderosos de plantão são beneficiados com isenção de tributos. O Centrão permite mexer no bolo?
O tempo passa, crescem a fome e o desemprego, o sofrimento da população aumenta, o desalento e até o desespero batem à porta das famílias necessitadas. O Congresso, nem aí.
É justo isso?
FILME ANTIGO
Cenário econômico com juros altos e inflação persistente, desemprego e pobreza foram os principais problemas que coroaram a derrota do presidente Mauricio Macri na Argentina.

POPULISMO
Sob a batuta do também liberal Paulo Guedes, o Brasil passa por um cenário semelhante e, a exemplo dos hermanos, se prepara para investir no populismo para diminuir a rejeição.
RESULTADO
No curto prazo, as medidas podem até ajudar os mais pobres. Mas os gastos extra-oficiais já chegam a R$ 94 bilhões, e uma hora vão cair na conta de quem sempre “paga o pato”: O povo.
BOLA FORA
Em campanha de prévias presidenciais do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, provocou risos após questionar, no interior da Paraíba, “quem aqui já foi a Dubai?”.
SAIA JUSTA
Foi um verdadeiro choque cultural. Habituado a frequentar os salões da elite paulistana, no bairro dos Jardins, onde mora, Doria viu-se numa saia justa ao interagir com o público da Câmara de Vereadores de Guarabira, cidade de 59 mil habitantes.
BIOGRAFIA
O jornalista Toninho Vaz, autor das excelentes biografias de Paulo Leminski, Torquato Neto e Luiz Melodia, entre outras, está mergulhado em novo trabalho documental.
MAESTRO
Deu início esta semana às entrevistas que irão revelar a vida e a obra de Rogério Duprat, o maestro do Tropicalismo.
PIXINGUINHA
O filme “Pixinguinha – Um Homem Carinhoso”, que celebra a vida e a obra do compositor que é considerado um gênio e o pai da Música Popular Brasileira (MPB), estreia no dia 11 de novembro.

SEU JORGE
Novembro parece ser o mês de Seu Jorge. Além de protagonizar o filme sobre Pixinguinha, o cantor de “Burguesinha” e “Amiga da minha mulher” estreia dia 4 no papel de Marighella, no filme de Wagner Moura.
ENERGIA
Decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, vai facilitar a instalação de usinas nucleares em Pernambuco.
INCONSTITUCIONAL
A ministra julgou procedente Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo PGR contra artigo da constituição de Pernambuco que proíbe expressamente construções desse tipo: “Fica proibida a instalação de usinas nucleares no território do Estado de Pernambuco e enquanto não se esgotar toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e oriunda de outras fontes”.
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