Por Ricardo Antunes – O presidente e o vice-presidente da Câmara de Vereadores de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, Flávio do Cartório (PSD) e Professor Eduardo (PSD), foram presos na saída do mercado Mix Mateus, em Boa Viagem, na Zona Sul, na terça-feira (18), com anotações indicando que iriam distribuir R$ 345,8 mil dos desvios das emendas parlamentares a outros vereadores e funcionários da Câmara.
A dupla estava em dois automóveis – um BYD, de Flávio, e uma camioneta S10, da GM, de Eduardo, no estacionamento do Mix Mateus, descreve o boletim de ocorrência, ao qual o blog teve acesso. Em determinado momento, com as portas dos dois veículos abertas, Flávio transferiu objetos para a S10. Duas outras pessoas acompanhavam os vereadores, mas fugiram ao perceberem a presença da polícia.
Os policiais encontraram, no banco traseiro de um dos veículos, uma sacola e uma bolsa necessaire contendo no total R$ 17.267 em dinheiro vivo, o que, segundo a polícia, é mais um elemento de prova da participação dos dois vereadores nas irregularidades da execução das emendas, destinadas a empresas de fachada e aplicadas em cursos não realizados.
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Como divulgou o blog, Flávio Henrique do Rêgo Souza, 43 anos, advogado, está no terceiro mandato de vereador em Ipojuca como Flávio do Cartório porque foi tabelião substituto do Cartório de Nossa Senhora do Ó, distrito do município. Seu vice-presidente, Eduardo Cleiton de Santana, o Professor Eduardo, 42 anos, foi eleito como Professor Eduardo por ensinar em escolas municipais e privadas de Ipojuca desde os 22 anos.
O PSD de Pernambuco, partido dos dois, divulgou nota na qual deixa implícita a possibilidade de expulsão deles ao informar que “tomará as providências cabíveis” assim que for concluído o processo legal da prisão da dupla.
Entre as várias irregularidades descobertas pela Operação Alvitre, comandada pelo delegado de Porto de Galinhas, no Litoral Sul, Ney Luiz Rodrigues, em processo de transferência para a Delegacia de Combate ao Narcotráfico, no Recife, somente uma instituição, o Instituto de Gestão em Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), chegou a desviar mais de R$ 25 milhões, em três anos, na execução de emendas impositivas dos vereadores de Ipojuca. Com mandado de prisão expedido, seu dirigente, Gerailton Almeida da Silva, continua foragido.








