Por Bela Megale colunista de O Globo
O volume das críticas à indicação de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República, anunciada ontem, surpreendeu tanto o subprocurador escolhido como o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Planalto.
Ambos esperavam resistência devido à acirrada disputa pelo comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) que aconteceu nos últimos meses, mas não no tom e no volume em que vieram.
A avaliação no Planalto e de aliados de Aras é que a manifestação em massa de procuradores, principalmente aqueles ligados à Lava-Jato, questionando a indicação de Bolsonaro foi essencial para inflar os apoiadores do presidente nas redes sociais.
Apesar das críticas, Aras tem dito a aliados que seu objetivo é pacificar o Ministério Público Federal. Procurado, ele não quis falar com a coluna.
BOLSONARO E AS REDES
O presidente Jair Bolsonaro usou a transmissão ao vivo semanal na internet, na noite desta quinta-feira, para se defender das críticas que começaram a surgir entre seus apoiadores, principalmente após a indicação de Aras. No vídeo, Bolsonaro chegou a pedir a quem votou nele para apagar os comentários negativos que fizeram a página dele no Facebook.
— Eu peço a vocês. No Facebook, você fez um comentário pesado, retira, dá uma chance para mim. Você acha que eu quero colocar alguém lá para atrapalhar a vida de vocês? Não quero — apelou.
Antes, o presidente disse que deixaria de ver os comentários na rede social que estavam o “esculhambado.”
— Se o pessoal atirar em cima de mim, sem dar a oportunidade para o Augusto Aras, caso ele seja aprovado em sabatina no Senado, mostrar o seu valor. Pelo amor de Deus, aí fica ruim a convivência — disse, completando em seguida: — Como tenho dito, eu devo lealdade ao povo, mas não a lealdade cega que está do outro lado.







