Do G1 – Um voo da Azul que saiu do Recife para Fernando de Noronha precisou pousar em Natal no domingo (6). A aeronave não recebeu autorização para pousar porque já havia um avião da Gol no solo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu, na sexta-feira (5), a permanência de mais de uma aeronave ao mesmo tempo no aeroporto da ilha.
A medida foi adotada após dois aviões atolaram no pátio do aeroporto em menos de uma semana. No domingo (29), o asfalto cedeu e uma aeronave da Gol atolou. No dia 22, um avião da Azul também ficou preso no solo, pouco antes da decolagem.
A Azul informou em nota que o voo AD4255, que partiu do Recife com destino a Fernando de Noronha no domingo (6), foi desviado para o aeroporto de Natal por causa de restrições operacionais no terminal da ilha. Segundo a companhia, o problema está relacionado à infraestrutura do aeroporto, fora da responsabilidade da empresa.
“O voo AD4091 (Fernando de Noronha-Recife) precisou ser cancelado. Os clientes receberam toda assistência prevista na resolução 400 da Anac e foram reacomodados em voos extras de/para a ilha”, informou a nota da Azul.
O g1 procurou a Gol para saber por qual motivo a aeronave não decolou no horário previsto, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Na sexta-feira (5), a Gol divulgou uma nota informando mudanças na malha aérea para Noronha, em razão da determinação da Anac.
Segundo a empresa, entre os dias 6 de julho e 15 de agosto de 2025, todos os voos para a ilha serão operados com aeronaves Boeing 737-700 e terão decolagem antecipada em 30 minutos.
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Outro caso
A Dix Aeroportos, concessionária do aeródromo, já havia informado que não é possível manter duas aeronaves estacionadas ao mesmo tempo no pátio do aeroporto de Fernando de Noronha.
Na quarta-feira (3), um avião da Azul teve que sobrevoar a ilha por três vezes antes de receber autorização para pousar.
A gerente de pousada Ana Cláudia Soares, moradora de Noronha e passageira do voo, relatou o momento de tensão.
“O piloto avisou que havia outra aeronave no solo e que só uma podia permanecer no aeroporto. Demos três voltas antes de pousar. Achei inseguro, fiquei nervosa. Pensei se o avião teria combustível suficiente, tive medo”, contou Ana Soares.
Cobranças
Após os episódios com os aviões da Gol e Azul, o governo de Pernambuco iniciou uma obra emergencial no pátio de taxiamento do aeroporto de Noronha.
Em nota conjunta divulgada no dia 29, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Anac cobraram explicações do governo estadual sobre os incidentes.
Proibição Anac
Em outubro de 2022, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu a operação de aerojatos no aeroporto da ilha por conta dos buracos e fissuras na pista.
Com a proibição, a Azul passou a operar com aviões menores, do modelo ATR. Já a Gol suspendeu os voos para a ilha. Em janeiro de 2023, a Voepass assumiu a rota, também com aeronaves ATR, mas teve as operações suspensas em todo o país em março de 2025, por decisão da Anac.
A obra de requalificação do aeroporto começou em setembro de 2024. Após atrasos, a primeira etapa foi finalizada em março deste ano, quando os aviões de grande porte retornaram à ilha.
O serviço é executado pela Semobi. A primeira fase incluiu a reforma do eixo central da pista, que tem 1.845 metros de extensão.
A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura informou que as medidas anunciadas pela Anac, como a restrição ao aumento da frequência de voos e a proibição de operações simultâneas de transporte aéreo público no Aeroporto de Fernando de Noronha, são necessárias e fundamentais para viabilizar o andamento das obras de requalificação do terminal.