Por Fabio Serapião, da Crusoé — O advogado Frederick Wassef, que atuou na defesa de Jair Bolsonaro e de seu filho Flávio, é um dos alvos da Lava Jato do Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 9. Como mostrou Crusoé, ele recebeu valores da Fecomércio do Rio na gestão de Orlando Diniz indiretamente.
A busca e apreensão realizada hoje tem como objetivo avançar nas investigações sobre os motivos desses pagamentos. Os escritórios de Wassef e de dezenas de outros advogados são suspeitos de integrar um esquema que desviou cerca de 355 milhões do Serviço Social do Comércio, o Sesc, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, o Senac, e da Fecomércio.
Os repasses a Wassef se deram por meio do escritório da advogada Luíza Eluf. Dados obtidos pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira, o Coaf, mostram que ele recebeu ao menos 2,6 milhões. A Crusoé, Eluf confirmou que os repasses para o advogado de Bolsonaro guardavam relação com sua atuação para a Fecomércio.
A operação de hoje tem origem na Operação Jabuti, na delação premiada de Orlando Diniz e em quebras de sigilo bancário e fiscal autorizadas pelo juiz Marcelo Bretas. Parte dos alvos, como o advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, também foi denunciada pelos desvios durante a gestão de Diniz na Fecomércio.