Por Ricardo Antunes – Foca aos 21 anos, convivi com ambos, que eram dois dos mais prestigiados jornalistas da década de 90. Culto e discreto, Gladstone Vieira Belo se foi na última quarta-feira, aos 77. Além de um dos donos do Diário de Pernambuco, era articulista com excelente texto, culto, sério, boa conversa.
Zenaide Barbosa era a chefe da Redação, o que naquela época mostrava que o velho Diário nem era tão conservador assim. Coordenava com maestria uma redação que marcou época com um time de grandes profissionais de imprensa. Ela trabalhou 27 anos no Diário de Pernambuco, dos quais 19 como diretora da Redação, no Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal e agora, outra vez no TJ, como assessora de Comunicação da Corregedoria Geral de Justiça. Ajudou a formar gerações de jornalistas. Em recente pesquisa realizada pela UFPE sobre as mulheres que mais influência exerceram no século seu nome foi o quarto mais lembrado.
Gladstone Vieira Belo era natural de Garanhuns, ingressou no Diario de Pernambuco na década de 1960 e chegou a vice-presidente do jornal, onde atuou até o ano de 2014. Ele fez parte da Geração 65, um dos mais importantes movimentos literários do Brasil. O grupo formou-se em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, por volta de 1964. No início, o grupo recebeu o nome de “Grupo de Jaboatão”, passando a ser conhecido como Geração 65 por sugestão do historiador Tadeu Rocha, que introduziu essa denominação em artigo no Diario de Pernambuco.
Os dois vão se encontrar com o velho Joezil Barros, para atualizarem as fofocas da cidade. Que o bom Deus console as duas famílias.