Por André Beltrão — Mal começou o ano e os melindres passam a tomar conta do novo secretariado. Segundo fontes ouvidas pelo blog, na condição de anonimato, o stress da vez tem sido na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). As queixas nem dizem respeito ao secretário de Cultura, Silvério Pessoa, que passou a acumular o órgão. Elas são dirigidas à sua esposa, a empresária Karina Hoover, que estaria tomando decisões e despachando no local, mesmo sem ter cargo ou função administrativa na estatal.
Karina é sócia fundadora da empresa Luni Áudio e Vídeo Ltda, criada em 1998 e que realiza diversas atividades, como produção cultural, incluindo música, teatro, espetáculos de dança e circenses, entre outros. A própria empresa já realizou contratos com a Fundarpe, o que por si só já caracterizaria um conflito de interesses.
Entre 2017 e 2022, no Governo Paulo Câmara, a empresa de Karina faturou R$ 183.964,27 dos cofres públicos, via Fundarpe. Os valores foram referentes aos projetos “Coração do Mundo” e “O Hipnotista”, este último aprovado no edital do Funcultura Audiovisual 2019/2020.
Karina é irmã de Dani Hoover, esposa e empresário do músico Lula Queiroga e portanto cunhada de Silvério. O casal é sócio em outra empresa de nome similar, a Luni Produções Ltda, que exerce praticamente as mesmas atividades que a organização tocada pela esposa do secretário de Cultura. Esta, porém, já faturou mais de R$ 2,5 milhões nos últimos 15 anos do Governo do Estado.
No jargão político, os servidores denunciam que a governadora Raquel Lyra colocou a “raposa para tomar conta do galinheiro”. Um conflito de interesses como esse pode virar uma enorme bola de neve, justamente num governo que promete dar mais efetividade aos gastos públicos e fazer o contrário das gestões do PSB. Estamos tentando contato com a Fundarpe para ouvir O Outro Lado. O espaço está aberto