Da Redação do Blog — A estatal Codevasf mantém o mesmo ritmo de distribuição de equipamentos durante os governos de Lula (PT) e Bolsonaro (PL), porém agora há um aumento nas entregas para entidades privadas, incluindo religiosos e garimpeiros. Isso aumenta o risco de irregularidades.
A Codevasf foi entregue ao centrão por Bolsonaro em troca de apoio político, e essa prática continuou com Lula. As doações feitas pela estatal totalizaram R$ 106 milhões no primeiro trimestre deste ano, valor próximo aos R$ 117,6 milhões do mesmo período em 2022, durante o ano eleitoral.
Segundo a Folha de São Paulo, no entanto, as doações não seguem critérios técnicos e são financiadas por emendas parlamentares, resultando na distribuição de tratores, veículos e kits agrícolas sem uma avaliação adequada.
No primeiro trimestre deste ano, houve um aumento significativo nas entregas para entidades privadas, chegando a 48% em comparação com os 25% de 2022. As prefeituras, que antes recebiam a maioria das doações, agora representam 52% dos valores.

A Codevasf, originalmente focada no desenvolvimento de projetos de irrigação, agora beneficia até mesmo entidades ligadas a garimpeiros. Exemplos incluem a Cooperativa de Trabalho Agropecuaristas e Garimpeiros da Bahia e o Lar Evangélico das Assembleias de Deus de Sergipe.
Essa prática de distribuição para entidades privadas aumenta o risco de uso indevido e desvios, tornando a fiscalização mais difícil. Auditoria da CGU revelou casos em que os equipamentos doados pela Codevasf foram usados indevidamente em propriedades privadas ou destinados a entidades lideradas por políticos.
A falta de critérios técnicos e acompanhamento adequado da destinação das doações a associações também foi identificada pela auditoria, apresentando riscos de desvios.
A Codevasf realiza doações que vão além de veículos, incluindo kits de panificação, freezers, barcos de alumínio, caminhões e equipamentos agrícolas. A estatal chegou a criar um catálogo de bens para políticos escolherem como beneficiar seus redutos eleitorais.
Essas práticas sem fiscalização acarretam riscos de vantagens indevidas e desvios, de acordo com os auditores.









