Da Globo News – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas apura a possível ligação entre o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, e a retirada de presentes do acervo presidencial. A informação foi divulgada, nesta quinta (24), no blog da jornalista Camila Bonfim, no g1.
Horas antes, Jair Renan foi alvo de alvo de buscas em uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de lavagem de dinheiro e estelionato.
Integrantes da comissão tiveram acesso a um e-mail em que o nome “Renan” é citado em meio a orientações sobre como retirar presentes do acervo da Presidência da República. Para parlamentares, trata-se de Jair Renan Bolsonaro.
A mensagem é de 6 de julho de 2022, enviada pelo ex-assessor de Jair Bolsonaro Cleiton Henrique Holzschuk. Os destinatários da mensagem eram também assessores de Bolsonaro à época: Osmar Crivelatti, investigado no caso das joias, e Adriano Alves Teperino (citado em relatório por ter recebido depósitos de um ourives de Goiânia).
No e-mail, Holzschuk diz:
“47. Presentes retirados pelo Renan: A Marjore da GADH informou que, quando o Renan vier buscar presentes, ele deverá selecionar e informar quais quer levar. O GADH irá informar o Ch de Gabinete PR quais presente (sic) foram selecionados que despachará com o PR. Só depois de autorizado pelo PR o Renan poderá retirar os presente (sic)”
O e-mail não esclarece de quais presentes eles estão tratando – se joias ou outra categoria de bens – e nem os valores dos itens a serem retirados. A mensagem, no entanto, cita o GADH – Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, responsável pelo acervo presidencial.
Segundo a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no caso das joias, o gabinete vinha adotando medidas suspeitas na gestão Jair Bolsonaro.
“Na administração do ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro, a GADH atribuiu presentes de altíssimo valor, dados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do Presidente da República, adotando uma interpretação que contraria os princípios que regem a Administração Pública e a teleologia do acórdão proferido pelo TCU[…]”, diz o despacho.
Segundo o jornalista da GloboNews Cesar Tralli, trocas de mensagens citando Jair Renan Bolsonaro também foram identificadas nas investigações da PF sobre milícias digitais e venda ilegal de joias do acervo presidencial. Com isso, há suspeita de que ele tenha se envolvido nos supostos esquemas.