Os governos dos Estados Unidos e do Afeganistão anunciaram neste sábado 29 que preveem uma retirada completa das tropas americanas e de outros países da Otan baseadas no país da Ásia Central dentro de 14 meses. A medida faz parte de um acordo histórico que foi assinado em Doha, no Catar, entre os EUA e o grupo islâmico Talibã.
O pacto foi assinado pelo negociador especial dos Estados Unidos para a paz, Zalmay Khalilzad, e pelo líder político talibã mulá Abdul Ghani Baradar. Ambos apertaram as mãos no salão de um luxuoso hotel no Catar, diante de uma grande presença talibã, que gritou “Alá é grande” na ocasião. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, participou da cerimônia.
A iniciativa pretende pôr fim a 18 anos de conflito no Afeganistão. Cerca de 3.500 militares dos EUA e de países da coalizão liderada pelos americanos morreram no país desde 2001. O envolvimento americano no país teve início após os atentados de 11 de Setembro, conduzidos pela rede terrorista Al-Qaeda, à época baseada no Afeganistão.
Como parte do acordo, o número de militares estrangeiros no Afeganistão será reduzido de cerca de 14 mil para 8.600 até julho deste ano. O restante da retirada será feito de forma gradual ao longo dos meses seguintes, caso o Taliba cumpra sua parte no acordo.
“A coalizão completará a retirada de suas forças restantes do Afeganistão dentro de 14 meses após o anúncio desta declaração conjunta e do acordo EUA-Talibã… sujeito ao cumprimento pelo Talibã de seus compromissos sob o acordo EUA-Talibã”, afirmou o comunicado conjunto divulgado pelos americanos e afegãos.