Folha de S.Paulo com Redação do Blog – Preso ontem à noite em Santos pela Polícia Federal para começar a cumprir a pena de nove anos de prisão por estupro na Itália, Robson de Souza, 40, o Robinho, poderá passar para o regime semiaberto em meados de 2027.
No regime semiaberto, o detento de bom comportamento pode passar o dia trabalhando ou estudando fora e dormir na cadeia. Cada período de três dias de estudo ou trabalho reduz em um dia o cumprimento da pena.
Segundo Rafael Paiva, advogado criminalista e especialista em violência doméstica, de acordo com o código penal, o ex-jogador deve ficar em regime fechado por, pelo menos, 40% da pena, o que corresponde a cerca de 3,6 anos.
“Após esse período, ele tem o direito de ir para o semiaberto, desde que tenha bom comportamento e obtenha uma recomendação do diretor do presídio”, diz Paiva.
Ele acrescenta que, em um primeiro momento, os acusados de crimes sexuais costumam ficar isolados em uma cela, ou junto de outros presos que cometeram crimes similares, de modo a garantir sua segurança. “Pode ser que no futuro isso venha a mudar e ele vá para uma cela comum”, afirma o especialista.
Advogada criminalista e mestra em direito penal econômico pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Maria Tereza Grassi Novaes diz que o ex-jogador tem a permissão para receber a visita de advogados a qualquer momento no presídio de Tremembé, onde chegou no início da madrugada desta sexta-feira (22).
Tremembé é conhecido como o presídio dos famosos. O local é para onde são enviados condenados que, por terem algum tipo de fama (seja por ser figura pública, seja pelo crime ter tido grande repercussão), correm risco em penitenciárias comuns. Por lá passaram ou ainda estão Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai, Lindenberg Alves, Mizael Bispo de Souza e Guilherme Longo, além do médico Roger Abdelmassih.

“O advogado tem acesso livre na penitenciária para conversar com o seu cliente durante os horários de atendimento”, diz Novaes, acrescentando que a visita de familiares vai depender dos ritos burocráticos da própria penitenciária.
Amigos e familiares precisam ser cadastrados entre os visitantes autorizados, um processo cujo prazo varia de acordo com o presídio e o preso envolvido. “Já vi casos que demoraram um mês para ser realizado o cadastro, outros, uma semana”, afirma a advogada.
Ela diz ainda que é remota a possibilidade de uma reversão no STF (Supremo Tribunal Federal). “Vejo como improvável uma revisão da prisão do Robinho”, afirma.









